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EDUCAÇÃO
Ministério tenta reverter pelo menos parcialmente o corte, determinado pela necessidade de ajuste do governo
MEC deve perder R$ 810 milhões com crise
BETINA BERNARDES
da Sucursal de Brasília
O Ministério da Educação vai
perder R$ 809,7 milhões com os
cortes determinados pelo governo
para equilibrar as contas públicas.
É a primeira vez que o valor do
corte do MEC é quantificado. Até
agora, o ministério vinha evitando
informar o valor das perdas.
O ministro Paulo Renato Souza
dizia que o dinheiro seria suficiente para manter os programas essenciais e que negociaria até o final
do ano para tentar minimizar os
cortes em sua pasta.
A situação começou a mudar na
semana passada, quando começaram a se tornar visíveis os cortes.
Houve atraso em pagamentos da
Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) e bloqueio de 57% das verbas das instituições federais de ensino destinadas ao pagamento de
contas de luz, água, telefone, limpeza e vigilância.
Além disso, foram bloqueadas
46% das verbas arrecadadas diretamente por essas instituições.
Para explicar às universidades os
critérios para os bloqueios, o MEC
elaborou uma tabela mostrando
como o decreto 2.773 (que determina os cortes) afeta o ministério.
O valor total do orçamento do
MEC para 98 é de R$ 11 bilhões.
Descontado o pagamento de pessoal, o orçamento inicial para custeio era de R$ 5,280 bilhões.
Com as limitações impostas até
dezembro, a dotação das três fontes que compõem o custeio do
MEC -repasses diretos do Tesouro, repasses de recursos vinculados, como rendas de loterias, e recursos arrecadados diretamente- caiu de R$ 5,280 bilhões para
R$ 4,471 bilhões, segundo a tabela.
O decreto determina que, até outubro, os ministérios não podem
gastar mais de 80% do limite -no
caso do MEC, R$ 3,576 bilhões.
Para novembro e dezembro, o
ministério deverá receber os R$
894,2 milhões necessários para
completar os R$ 4,471 bilhões.
Na avaliação de técnicos ouvidos
pela Folha, no entanto, dificilmente o ministério conseguirá recuperar, embora esteja negociando, os R$ 809,7 milhões que recomporiam 100% da dotação orçamentária inicial para custeio.
De acordo com Luciano Oliva
Patricio, secretário-executivo do
MEC, a contenção atingiu, além
das universidades e da Capes, diferentes setores do ministério, como
o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais),
responsável pela avaliação do ensino e pelo censos educacionais.
"Para a merenda escolar, vamos
enviar na semana que vem ao
Congresso o pedido de suplementação de R$ 150 milhões, já aprovado pela área econômica. Os Estados receberão o suficiente em
outubro. Com a suplementação e a
verba para novembro e dezembro,
não haverá cortes na merenda",
afirmou Patrício.
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