São Paulo, sexta-feira, 22 de novembro de 2002

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BARBARA GANCIA

Daslu fica onde está

Nossa cara prefeita Marta Suplisimpson (ela não está cada dia mais parecida com a Liza de "Os Simpsons"?) fez com que eu realizasse um sonho de todo colunista.
Há duas semanas, chamei a atenção da prefeita para o fato de que não basta só participar de parada gay, é preciso agir. E citei como exemplo o caso da Previdência municipal, que já reconhece os direitos dos companheiros homossexuais de servidores públicos em cidades como Recife e Porto Alegre, mas necas em São Paulo.
Pois não é que, na semana passada, o Iprem (Instituto de Previdência Municipal) divulgou nota dizendo que o direito passará a valer também em Sampa? Quisera as coisas funcionassem sempre dessa maneira. A gente chama a atenção na coluna para medidas que devem ser postas em prática e pimba!, o sonho vira realidade.
Palmas para dona Marta, os servidores homossexuais de São Paulo agradecem. Mas e outras questões de solução igualmente prosaica que não saem do papel?
Nossa querida prefeita diz publicamente que vai respeitar a lei e fechar as portas da Daslu, um minishopping center que vende desde coleiras de cachorro até imóveis de luxo e está instalado em uma área residencial. Mas, na prática, nada acontece.
Na modestíssima opinião de quem mora ao lado do infernal parque do Povo, no Itaim Bibi, não sei o que a turma da Vila Nova Conceição tanto reclama. Próximo à Daslu existe uma escola, a Lourenço Castanho, que deve causar o mesmo transtorno que a megaloja, mas ninguém pensa em tirá-la de lá. Os moradores teimam em encrencar com os 40 mil automóveis/mês que calculam ser trazidos ao bairro pela Daslu. Eles dizem que são cerca de 200 automóveis/dia de funcionários e mais mil de clientes.
Semanas atrás, a prefeitura fechou a Daslu. Outro empreendimento, a cosméticos Ox, instalado no mesmo bairro, também teve as portas lacradas. Doce ilusão. A Ox já está funcionando novamente e a Daslu obteve uma medida cautelar e reabriu as portas, para a felicidade de Rosane Collor & Cia.
A impressão que se tem é de que a prefeita está apenas jogando para a platéia, uma vez que o Plano Diretor prevê que até abril de 2003 cada bairro possa pleitear suas reivindicações para a nova lei de zoneamento.
Quer apostar um picolé de limão como o poder econômico falará mais alto e a Daslu continuará onde sempre esteve?

QUALQUER NOTA

Quem escreve o que quer...
Na quarta, no desfile de Eugênia Fleury, no hotel Unique, dei de cara com uma Hebe Camargo rápida no gatilho: "Você falou mal do meu selinho, não falou, Barbara? Então tome!" e me tascou um beijo na boca. Alô, Hebe! Da próxima vez, ponho minha língua inteira na sua goela!

Porca miséria
Atenção morador da Vila Clementino: não se preocupe. A mulher que anda pelo bairro com cara de zumbi, falando sozinha, não é a Cuca. Trata-se de minha tresloucada amiga Bucicleide, que está inconsolável com o rebaixamento do seu time.

E-mail - barbara@uol.com.br
Internet - www.uol.com.br/barbaragancia/


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