São Paulo, sexta-feira, 22 de novembro de 2002

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RIO

Protesto ocorreu após tiroteio com a PM

Moradores tentam fechar Linha Amarela

DA SUCURSAL DO RIO

Moradores da favela Águia de Ouro (zona norte do Rio) ameaçaram fechar a Linha Amarela (via expressa que liga as zonas norte e oeste) no final da noite de anteontem em protesto contra a morte de dois supostos traficantes em tiroteio com policiais militares. A PM conseguiu impedir que os manifestantes ocupassem as pistas.
Segundo a PM, o confronto começou quando policiais que iniciavam uma incursão na favela foram recebidos a tiros por traficantes que estavam em cima de uma passarela sobre a via expressa.
De acordo com a versão da PM, Lucindo Santana, 35, e Leandro Carlos da Silva, 21, foram baleados no tiroteio e morreram. A PM informou que os dois integravam o grupo de traficantes da favela e que foram apreendidos um revólver, uma pistola, uma granada e 76 trouxinhas de maconha.
Motoristas que estavam no local na hora do tiroteio retornavam, com medo de balas perdidas. O trânsito não foi interrompido.
Após o confronto, os PMs entraram na vizinha favela do Guarda, onde ocorreu um novo tiroteio, mas ninguém ficou ferido.
O comandante do 3º BPM, tenente-coronel Paulo Augusto Mouzinho, disse que reforçará o policiamento na Linha Amarela, no trecho próximo às duas favelas, que são dominadas pela facção ADA (Amigo dos Amigos).
Desde janeiro, ocorreram 16 tiroteios no entroncamento das linhas Amarela e Vermelha.

Rosinha
O futuro secretário de Segurança Pública do Estado do Rio, coronel Josias Quintal, disse ontem que "a Linha Amarela é uma vergonha para a sociedade carioca", numa referência aos últimos episódios de violência no local.
A crítica de Quintal foi uma resposta à afirmação do comandante-geral da PM, coronel Francisco Braz, que disse que os tiroteios só terminarão quando não houver mais criminosos no Estado.
Quintal acompanhou a governadora eleita Rosinha Matheus (PSB) numa reunião com empresários de turismo. Ela anunciou a criação do Plano Verão a partir de 2 de janeiro. O objetivo é diminuir a violência no período e, consequentemente, aumentar o fluxo de turistas. Segundo a Associação Brasileira da Indústria Hoteleira, a violência contra o turista no Rio aumentou 60% neste ano em relação ao mesmo período de 2001, enquanto as reservas nos hotéis diminuíram 20%.


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