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BAHIA
Cobrança de R$ 50 exclui carros
Prefeitura taxa ônibus por acesso às praias
LUIZ FRANCISCO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR
A Prefeitura de Conde (BA) resolveu cobrar, das pessoas de baixa renda, uma taxa pelo acesso às
praias. A medida atinge quem utiliza o transporte coletivo.
Desde a última segunda-feira,
fiscais contratados pela prefeitura
estão cobrando R$ 50 de cada ônibus que transporta visitantes para
Conde (204 km de Salvador).
O decreto municipal isenta os
frequentadores que utilizam carros de passeio.
Segundo o prefeito Paulo Almeida de Oliveira (PST), 43, o dinheiro arrecadado com o "pedágio" será empregado na conservação dos acessos aos 42 quilômetros de praias, limpeza da orla, segurança e construção de um estacionamento para os ônibus.
"Não existe nenhuma discriminação na cobrança da taxa. O que
estamos fazendo é melhorar a infra-estrutura turística", afirmou.
Antes de assinar o decreto, o
prefeito recebeu um abaixo-assinado de 180 moradores da cidade,
solicitando "mais rigor" na fiscalização dos ônibus.
"Os farofeiros sujam as ruas e
praças da cidade e provocam
muitas brigas. Acho que a prefeitura acertou em cheio ao cobrar
uma taxa simbólica das pessoas
que utilizam ônibus para chegar
às praias", disse o comerciante
Antonio Bonfim, 45.
Para controlar a entrada dos
ônibus, a prefeitura bloqueou todos os acessos às praias. Com isso,
ônibus e carros de passeio não
têm outra alternativa a não ser
passar pelo centro da cidade, onde ficam de plantão os fiscais.
O segurança Alberto Santana,
30, disse que pretende organizar
uma manifestação no domingo.
"A prefeitura quer evitar que os
pobres frequentem as praias. Se a
moda pega, não teremos mais opções de lazer gratuitas."
Com cerca de 16 mil habitantes,
Conde é uma das cidades mais
procuradas no litoral norte da Bahia. Recebe, em média, 60 ônibus
de turistas nos finais de semana.
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