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São Paulo, sábado, 22 de novembro de 2003

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VIOLÊNCIA

Grupo invade condomínio fechado em Taboão da Serra, rende 12 mães e 30 crianças e leva remédios e alimentos

ONG para crianças com câncer é assaltada

DO "AGORA"

Cerca de dez homens invadiram, às 5h30 de ontem, a Associação de Moradores Alto do Monte Alegre, área residencial fechada em Taboão da Serra (Grande SP), e assaltou três casas. Em uma delas funciona um lar de apoio a crianças com câncer, de onde levaram aparelhos eletrônicos, remédios e alimentos doados.
Segundo vítimas, o grupo chegou em uma picape branca e rendeu dois porteiros. Dois ladrões mantiveram um deles na guarita. O outro teve de agir normalmente, abrindo o portão. O resto da quadrilha se espalhou pelo local.
Cinco homens foram à ONG (organização não-governamental). Dois ladrões ficaram no térreo com um funcionário rendido na porta, e os demais foram para o andar superior, onde havia 30 crianças com câncer e 12 mães.
Segundo R.G.V., 25, uma das mães, os homens armados exigiam dólares. "Eles nos empurravam e diziam "Aê, truta, fica a pampa!". Escondi meu filho [três anos] embaixo de cobertores."
Uma das mães, notando a movimentação, gritou para as crianças e outras mães se trancarem -elas ocuparam seis quartos, banheiros e a cozinha.
Os ladrões vasculharam o único quarto que ficou aberto. Depois, trancaram quatro mães feitas reféns -dois celulares delas foram roubados- e desceram. No térreo, o grupo roubou sete computadores, uma máquina de xerox e um aparelho de fax. Os ladrões indagaram sobre um suposto cofre.
Em outra casa, o grupo rendeu a família da perueira escolar E.P.S., 28, que mora com a mãe de 44 anos, a avó de 69 e os filhos -nove, seis e cinco anos. "Eles não nos agrediram. Só um usava capuz. Pediam dólares e ouro", diz a desempregada G.P.S., mãe da perueira. A quadrilha levou da casa uma máquina fotográfica, um celular e um aparelho de som.
Na terceira casa, os bandidos amarraram pés e mãos e amordaçaram um casal, a filha de nove anos e um parente adulto. Levaram um CD player e um Prêmio vermelho, abandonado horas depois em Osasco (Grande SP). As vítimas conseguiram se soltar porque a caçula, de quatro anos (única não imobilizada), pegou uma faca e a entregou à mãe.
Um morador embriagado, abordado na portaria, reagiu e acabou recebendo coronhadas.
Segundo Léia Tavares, 51, presidente da associação -onde mora Israel Luciano (PV), vice-prefeito da cidade-, há cinco meses um grupo levou um carro e pertences.


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