|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Policiais denunciados no Rio à
ouvidoria continuam impunes
da Sucursal do Rio
Nenhum dos policiais denunciados à Ouvidoria de Polícia do
Rio neste ano, o primeiro de funcionamento do órgão, foi afastado de suas funções.
De 15 de março -quando a ouvidoria começou a funcionar- a
15 de dezembro, foram registradas 1.586 denúncias, que resultaram em punições contra 117 policiais (112 da Polícia Militar e 5 da
Polícia Civil), mas nenhum deles
foi desligado do serviço até hoje.
"Isso é uma vergonha", disse a
ouvidora de Polícia, a socióloga
Julita Lemgruber, lembrando que
entre os policiais punidos, mas
que continuam em atividade, há
casos de acusações que vão de tortura e espancamento a homicídio.
O caso mais grave citado por ela
é o de um rapaz de 16 anos que foi
levado de casa por um grupo de
policiais militares fardados e colocado em um veículo da corporação. No dia seguinte, a família
da vítima localizou o corpo do rapaz, sem a cabeça, no IML (Instituto Médico-Legal).
Dos policiais civis denunciados
à ouvidoria, todos os cinco já punidos foram presos em flagrante
sob acusação de concussão (crime de extorsão cometido por funcionário público).
"Trata-se de um crime inafiançável, mas todos os policiais já estão de novo na rua por força de
decisões judiciais, beneficiados
por habeas corpus ou relaxamento de prisão", disse a ouvidora.
Segundo ela, até agora apenas
46% das denúncias recebidas pela
ouvidoria estão sendo apuradas.
O relatório mostra ainda que as
denúncias mais frequentes são referentes à PM (60% dos casos,
contra 40% da Polícia Civil).
Na Polícia Militar, a queixa mais
comum é relativa a extorsões
(23%).
Já na Polícia Civil a principal reclamação é quanto à má qualidade do atendimento em delegacias
(20%).
Texto Anterior: Pesquisa testou nova metodologia Próximo Texto: Nova derrota: Justiça nega habeas corpus a Naya Índice
|