São Paulo, Quarta-feira, 22 de Dezembro de 1999


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Policiais denunciados no Rio à ouvidoria continuam impunes

da Sucursal do Rio

Nenhum dos policiais denunciados à Ouvidoria de Polícia do Rio neste ano, o primeiro de funcionamento do órgão, foi afastado de suas funções.
De 15 de março -quando a ouvidoria começou a funcionar- a 15 de dezembro, foram registradas 1.586 denúncias, que resultaram em punições contra 117 policiais (112 da Polícia Militar e 5 da Polícia Civil), mas nenhum deles foi desligado do serviço até hoje.
"Isso é uma vergonha", disse a ouvidora de Polícia, a socióloga Julita Lemgruber, lembrando que entre os policiais punidos, mas que continuam em atividade, há casos de acusações que vão de tortura e espancamento a homicídio.
O caso mais grave citado por ela é o de um rapaz de 16 anos que foi levado de casa por um grupo de policiais militares fardados e colocado em um veículo da corporação. No dia seguinte, a família da vítima localizou o corpo do rapaz, sem a cabeça, no IML (Instituto Médico-Legal).
Dos policiais civis denunciados à ouvidoria, todos os cinco já punidos foram presos em flagrante sob acusação de concussão (crime de extorsão cometido por funcionário público).
"Trata-se de um crime inafiançável, mas todos os policiais já estão de novo na rua por força de decisões judiciais, beneficiados por habeas corpus ou relaxamento de prisão", disse a ouvidora.
Segundo ela, até agora apenas 46% das denúncias recebidas pela ouvidoria estão sendo apuradas.
O relatório mostra ainda que as denúncias mais frequentes são referentes à PM (60% dos casos, contra 40% da Polícia Civil).
Na Polícia Militar, a queixa mais comum é relativa a extorsões (23%).
Já na Polícia Civil a principal reclamação é quanto à má qualidade do atendimento em delegacias (20%).


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