São Paulo, Quarta-feira, 22 de Dezembro de 1999


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VIOLÊNCIA
Segundo a polícia, ele planejava sequestrar dono de rede de supermercados
Sequestrador é preso em Alagoas

FERNANDA SANTIAGO
da Agência Folha


Considerado pela polícia o maior sequestrador do Rio de Janeiro, Miguel Alves da Silva Neto, 32, o Miguelzinho, foi preso na sexta-feira passada em sua casa de praia, em Alagoas. Com ele, foram apreendidos R$ 262 mil. Esse dinheiro seria usado no sequestro, que estava planejando, do dono da rede de supermercados Bom Preço, João Carlos Paes Mendonça.
"Ele tinha fotos de familiares do empresário, tinha estudado o percurso deles e já traçava um plano", disse o delegado Valdir Macedo, da delegacia de Repressão e Estelionato de Recife (PE).
Em Recife, Miguelzinho estava sendo procurado pelo sequestro de Gustavo Schwambach, 22, neto do dono da viação Borborema, em 24 de setembro. Schwambach ficou 30 dias em cativeiro.
Ele confessou ter praticado 30 sequestros no Rio de Janeiro desde 1990, inclusive para levantar fundos para campanhas de políticos do Estado, disse o delegado.
"Ele já tem 13 prisões preventivas decretadas no Rio e foi condenado a 14 anos de prisão", informou Macedo.

Violência
Miguelzinho ficou conhecido pela violência que usava contra os reféns para garantir o pagamento do resgate.
No caso de Schwambach, ele enviou uma fita de vídeo para a família do sequestrado, mostrando cenas em que o empresário era torturado. Miguelzinho também metralhou dois ônibus da viação Borborema, para intimidar os parentes de Schwambach.
"No Rio, ele metralhou a frente da clínica de um médico e jogou uma granada dentro de um ônibus de propriedade de um refém. Se a família demorasse para pagar o resgate, ele atacava diretamente os bens deles", disse o delegado.
Os sequestros de maior repercussão foram o do dono da empresa de ônibus Luxor do Rio de Janeiro, Antonio Correia Barbosa, em 1990; de Ivani e Carlos Pinho, proprietários dos Supermercados Rio, em 1995; e de Sebastião Huguinin Leal, dono da clínica Camod, também em 1995.
Miguelzinho está detido no GOE (Grupo de Operações Especiais), em Recife, onde permanecerá até ter a prisão preventiva decretada, quando deverá ser encaminhado para a Penitenciária Barreto Campelo.
Fernando Moraes, delegado da DAS (Divisão Anti-Sequestro) no Rio de Janeiro, chegou anteontem a Recife para interrogar Miguelzinho. Ele quer que o sequestrador seja transferido para o Rio.


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