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VIOLÊNCIA
Segundo a polícia, ele planejava sequestrar dono de rede de supermercados
Sequestrador é preso em Alagoas
FERNANDA SANTIAGO
da Agência Folha
Considerado pela polícia o
maior sequestrador do Rio de Janeiro, Miguel Alves da Silva Neto,
32, o Miguelzinho, foi preso na
sexta-feira passada em sua casa de
praia, em Alagoas. Com ele, foram apreendidos R$ 262 mil. Esse
dinheiro seria usado no sequestro, que estava planejando, do dono da rede de supermercados
Bom Preço, João Carlos Paes
Mendonça.
"Ele tinha fotos de familiares do
empresário, tinha estudado o percurso deles e já traçava um plano", disse o delegado Valdir Macedo, da delegacia de Repressão e
Estelionato de Recife (PE).
Em Recife, Miguelzinho estava
sendo procurado pelo sequestro
de Gustavo Schwambach, 22, neto
do dono da viação Borborema,
em 24 de setembro. Schwambach
ficou 30 dias em cativeiro.
Ele confessou ter praticado 30
sequestros no Rio de Janeiro desde 1990, inclusive para levantar
fundos para campanhas de políticos do Estado, disse o delegado.
"Ele já tem 13 prisões preventivas decretadas no Rio e foi condenado a 14 anos de prisão", informou Macedo.
Violência
Miguelzinho ficou conhecido
pela violência que usava contra os
reféns para garantir o pagamento
do resgate.
No caso de Schwambach, ele
enviou uma fita de vídeo para a
família do sequestrado, mostrando cenas em que o empresário era
torturado. Miguelzinho também
metralhou dois ônibus da viação
Borborema, para intimidar os parentes de Schwambach.
"No Rio, ele metralhou a frente
da clínica de um médico e jogou
uma granada dentro de um ônibus de propriedade de um refém.
Se a família demorasse para pagar
o resgate, ele atacava diretamente
os bens deles", disse o delegado.
Os sequestros de maior repercussão foram o do dono da empresa de ônibus Luxor do Rio de
Janeiro, Antonio Correia Barbosa, em 1990; de Ivani e Carlos Pinho, proprietários dos Supermercados Rio, em 1995; e de Sebastião
Huguinin Leal, dono da clínica
Camod, também em 1995.
Miguelzinho está detido no
GOE (Grupo de Operações Especiais), em Recife, onde permanecerá até ter a prisão preventiva decretada, quando deverá ser encaminhado para a Penitenciária
Barreto Campelo.
Fernando Moraes, delegado da
DAS (Divisão Anti-Sequestro) no
Rio de Janeiro, chegou anteontem
a Recife para interrogar Miguelzinho. Ele quer que o sequestrador
seja transferido para o Rio.
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