DO ENVIADO ESPECIAL

A idealização do Caminho da Fé vai além dos objetivos individuais de promover momentos de reflexão religiosa e turismo ecológico a adeptos da caminhada.
A proposta visa sobretudo, em relação aos municípios que integram o circuito, promover o desenvolvimento sustentável, proporcionando o surgimento de novas modalidades de comércio e a geração de empregos.
É sob esse prisma que o reitor em exercício do Santuário Nacional de Aparecida, padre Antonio Agostinho Frasson, defende o projeto, refutando a idéia de exploração da fé, embora o roteiro vá oferecer uma gama de suvenires patenteados como ocorre em Santiago de Compostela.
""Criar empregos é uma causa que interessa ao país e à igreja. Não há exploração. É natural que alguém saia para peregrinar e vá tomar um lanche, dormir numa pousada. Quem atender bem não estará explorando, e sim cativando clientes. A peregrinação ocorre pela fé e, ao mesmo tempo, é capaz de gerar empregos."
A expectativa dos idealizadores é gerar atividades em torno do caminho para ao menos 200 pessoas a curto prazo. As pousadas terão, obrigatoriamente, acomodações a R$ 7 por pernoite para quem não fizer questão de luxo. Suítes mais confortáveis podem atingir até R$ 100 por hóspede.
O impulso para a criação da rota religioso foi dado pela ONG Scorp (Sociedade Comunitária Renovação e Progresso), criada com a finalidade de auxiliar desempregados em Águas da Prata.
""Já mantínhamos um balcão de empregos e cursos profissionalizantes na região, além de fornecer materiais escolares para crianças carentes, e buscávamos novas alternativas principalmente para os moradores da zona rural. Por isso a idéia nos empolgou muito logo de cara", afirma Aparecida Cabrelon, 60, presidente da ONG.
A entidade tem ainda um projeto, desenvolvido por voluntários, de limpeza das cachoeiras e arborização que casa com a proposta de desenvolvimento sustentável do Caminho da Fé. (MS)


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