São Paulo, domingo, 22 de dezembro de 2002

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Percurso espanhol atrai 150 mil/ano

DO ENVIADO ESPECIAL

O Caminho de Santiago de Compostela, considerado uma das principais rotas sagradas dos cristãos, percorre toda a Península Ibérica, de leste a oeste. Atualmente, o percurso atrai uma média de 150 mil peregrinos por ano.
O mais tradicional de seus quatro itinerários principais é o chamado caminho francês, que começa nos Pirineus, em San Juan Pied-de-Port. Roncesvalles, em território espanhol, é outro ponto de partida muito usado.
Após atravessar o País Basco, Cantábria e Astúrias, o peregrino chega à Galícia, no extremo oeste, onde os católicos acreditam estar o túmulo do apóstolo Tiago.
O hábito de peregrinar pelos seus quase 800 km vem do século 11, movido pela promessa de bênçãos e indulgências a quem cumprisse todo o percurso.
Conta a lenda que, após a dispersão dos apóstolos pelo mundo, são Tiago esteve na Galícia. Ao voltar à Palestina, foi preso.
Herodes Agripa, rei da Judéia, mandou então cortar-lhe a cabeça. Seu corpo teria sido jogado para fora dos muros de Jerusalém.
Os restos mortais, de acordo com uma antiga tradição, teriam sido levados por seus seguidores para um barco que, guiado pela mão divina, foi parar nas costas galegas, onde foram sepultados.
Em 813, o bispo Teodomiro, de Iria, na Galícia, encontrou em San Fiz uma tumba de mármore no meio do mato. O local havia sido indicado por um ermitão após observar uma chuva de estrelas sempre sobre um mesmo ponto.
Daí veio o nome Compostela, do latim ""campus stellae", que significa campo das estrelas. Passou-se a acreditar que se tratava do túmulo de são Tiago.
Segundo a lenda, não apenas Tiago, mas a própria Virgem Maria esteve em Compostela para divulgar o Evangelho.
Essas notícias se espalharam pelo mundo, levando as pessoas a se deslocarem a Santiago para conhecer o sepulcro, que se transformaria mais tarde numa igreja.
Originou-se assim o Caminho de Santiago, que viveu seu auge nos séculos 12 e 13, quando reis espanhóis chegaram a criar uma ordem de cavalaria para proteger a cidade e as trilhas. (MS)


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