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SP indenizará família de garoto torturado
Jovem de 15 anos morreu no hospital após ser detido por PMs em Bauru; laudo do IML mostrou que ele recebeu mais de 30 choques
Adolescente era suspeito de roubar moto; seis policiais tiveram a prisão preventiva prorrogada por 30 dias até a conclusão do inquérito
DA AGÊNCIA FOLHA
O governador de São Paulo,
José Serra (PSDB), assinou ontem um decreto que autoriza o
Estado a indenizar a família do
adolescente Carlos Rodrigues
Júnior, 15 anos, torturado e
morto após ser detido por policiais militares em Bauru (343
km de SP) há uma semana.
O jovem era suspeito de roubar uma moto. No dia 15, foi
abordado por policiais por volta das 4h20, em sua casa, na periferia da cidade. Foi levado a
um hospital após a abordagem
e morreu no mesmo dia. Laudo
do IML mostrou que o garoto
levou mais de 30 choques.
O valor da indenização não
foi estipulado. Será definido
por um grupo de trabalho que
ainda será criado. A comissão
terá 30 dias para finalizar a
análise.
No decreto, Serra classifica a
morte do garoto, "envolvendo
atos ilegais praticados por policiais", como "deplorável". O governador afirma ainda que
"considerando a responsabilidade civil do Estado no episódio, por ato de seus agentes",
decorre "a obrigação de reparar
danos". O texto diz também
que o Estado exigirá ressarcimento, "dos autores dos atos
ilícitos", do dinheiro a ser pago
à família.
A Justiça de São Paulo decretou a prisão temporária, por 30
dias, dos seis policiais militares
suspeitos de cometer a torturar
durante ação da PM.
O tenente Roger Marcel Soares de Souza, o cabo Gerson
Gonzaga da Silva e os soldados
Emerson Ferreira, Ricardo Ottaviani, Maurício Augusto Delasta e Juliano Arcângelo foram
presos em flagrante.
O prazo dessa prisão terminaria na segunda-feira. Com a
decisão do juiz Benedito Okuno, da 1ª Vara Criminal de Bauru, permanecerão detidos por
ao menos mais 30 dias.
A prisão temporária foi solicitada pelo delegado seccional
de Bauru, Donizetti Pinezzi.
que quer manter os suspeitos
presos até o fim do inquérito.
Um fio desencapado, que pode ter sido usado na tortura, foi
apreendido com os policiais.
Os policiais negam as acusações. O advogado de quatro deles, Luiz Henrique Mitsunaga,
afirma que o rapaz teve um mal
súbito logo após ser algemado
em seu quarto e foi socorrido ao
hospital.
(PABLO SOLANO)
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