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Novo exame da OAB-SP será em 27 de janeiro
Cancelada no último dia 8 por suspeita de fraude, prova será aplicada por centro ligado à Universidade de Brasília
Ordem tentará acordo com a Vunesp, empresa que aplicaria o exame, para reaver prejuízos causados pelo cancelamento
RICARDO VIEL
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A seccional paulista da OAB
(Ordem dos Advogados do Brasil) divulgou ontem a nova data
do seu 134º exame, cancelado
no último dia 8, na véspera da
prova, por suspeita de fraude. A
primeira fase será no dia 27 de
janeiro, com questões de múltipla escolha.
A segunda fase -dissertativa- deverá ocorrer entre o final de fevereiro e o início de
março. Locais de prova e horário (8h) foram mantidos.
Cerca de 25 mil bacharéis se
inscreveram para a prova. A
aprovação é requisito obrigatório para o exercício da advocacia. Não serão permitidas novas
inscrições para esse exame.
O presidente da OAB-SP,
Luiz Flávio Borges D'Urso, informou que a entidade cancelou o contrato que tinha com a
Vunesp (Fundação para o Vestibular da Unesp) para a aplicação da prova.
"Não há dúvida para nós,
diante de todas as investigações, de que o vazamento [da
prova] se deu fora da Ordem. E
foi dentro da Vunesp", afirmou.
A OAB-SP tinha contrato
com a Vunesp para a aplicação
do exame até 2009.
O Cespe (Centro de Seleção e
de Promoção de Eventos) da
UnB (Universidade de Brasília)
fará a aplicação do novo teste. A
empresa é responsável pelo
exame unificado, do qual apenas as seccionais da OAB nos
Estados de São Paulo e Minas
Gerais não fazem parte.
O presidente da OAB-SP afirmou que a entidade não duvida
da seriedade da Vunesp e acredita que o vazamento da prova
tenha sido um problema pontual. O órgão acredita que chegará a um acordo com a Vunesp
para o ressarcimento dos prejuízos causados sem a necessidade de recorrer à Justiça.
A Vunesp não quis comentar
o cancelamento do contrato.
Os alunos que não puderem
realizar a prova na data marcada não serão ressarcidos, informou a OAB-SP.
O presidente da entidade
confirmou versão divulgada
pela Folha na semana passada
de que o alerta sobre a fraude
partiu de um professor de cursinho de São Paulo.
Após ser consultado por um
aluno para tirar dúvidas, o professor estranhou o material
-duas folhas com questões de
direito civil- e repassou-o ao
Ministério Público. A OAB-SP
foi informada e, após confirmar que as questões faziam
parte da prova que seria aplicada no dia seguinte, cancelou o
exame.
Segundo a entidade, há indícios de que a prova foi oferecida em pelo menos dois cursinhos da cidade. A Polícia Federal e a OAB-SP acreditam que
há uma quadrilha por trás do
vazamento, que pode estar envolvida na fraude de outros
concursos.
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