São Paulo, sábado, 22 de dezembro de 2007

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Novo exame da OAB-SP será em 27 de janeiro

Cancelada no último dia 8 por suspeita de fraude, prova será aplicada por centro ligado à Universidade de Brasília

Ordem tentará acordo com a Vunesp, empresa que aplicaria o exame, para reaver prejuízos causados pelo cancelamento

RICARDO VIEL
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A seccional paulista da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) divulgou ontem a nova data do seu 134º exame, cancelado no último dia 8, na véspera da prova, por suspeita de fraude. A primeira fase será no dia 27 de janeiro, com questões de múltipla escolha.
A segunda fase -dissertativa- deverá ocorrer entre o final de fevereiro e o início de março. Locais de prova e horário (8h) foram mantidos.
Cerca de 25 mil bacharéis se inscreveram para a prova. A aprovação é requisito obrigatório para o exercício da advocacia. Não serão permitidas novas inscrições para esse exame.
O presidente da OAB-SP, Luiz Flávio Borges D'Urso, informou que a entidade cancelou o contrato que tinha com a Vunesp (Fundação para o Vestibular da Unesp) para a aplicação da prova.
"Não há dúvida para nós, diante de todas as investigações, de que o vazamento [da prova] se deu fora da Ordem. E foi dentro da Vunesp", afirmou.
A OAB-SP tinha contrato com a Vunesp para a aplicação do exame até 2009.
O Cespe (Centro de Seleção e de Promoção de Eventos) da UnB (Universidade de Brasília) fará a aplicação do novo teste. A empresa é responsável pelo exame unificado, do qual apenas as seccionais da OAB nos Estados de São Paulo e Minas Gerais não fazem parte.
O presidente da OAB-SP afirmou que a entidade não duvida da seriedade da Vunesp e acredita que o vazamento da prova tenha sido um problema pontual. O órgão acredita que chegará a um acordo com a Vunesp para o ressarcimento dos prejuízos causados sem a necessidade de recorrer à Justiça.
A Vunesp não quis comentar o cancelamento do contrato.
Os alunos que não puderem realizar a prova na data marcada não serão ressarcidos, informou a OAB-SP.
O presidente da entidade confirmou versão divulgada pela Folha na semana passada de que o alerta sobre a fraude partiu de um professor de cursinho de São Paulo.
Após ser consultado por um aluno para tirar dúvidas, o professor estranhou o material -duas folhas com questões de direito civil- e repassou-o ao Ministério Público. A OAB-SP foi informada e, após confirmar que as questões faziam parte da prova que seria aplicada no dia seguinte, cancelou o exame.
Segundo a entidade, há indícios de que a prova foi oferecida em pelo menos dois cursinhos da cidade. A Polícia Federal e a OAB-SP acreditam que há uma quadrilha por trás do vazamento, que pode estar envolvida na fraude de outros concursos.


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