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SEGURANÇA
Cinco capitães da polícia paulista lançaram livro no qual defendem que a população reaja a assaltos
PM afasta capitães que pregam armamento
FABIO SCHIVARTCHE
da Reportagem Local
O comandante-geral da Polícia
Militar de São Paulo, Carlos Alberto de Camargo, afastou de seus
cargos quatro dos cinco capitães
da PM paulista que escreveram o
livro "Reaja! Prepare-se para o
Confronto - Técnicas Israelenses
de Combate", que defende o armamento da população.
Os capitães Ricardo Fernandes
de Barros e Márcio Tadeu Anhaia
de Lemos pertenciam ao comando
de choque da PM -destacamento
que atua em momentos de crise.
Junto a Afonso César Evaristo dos
Santos, eles serão transferidos esta
semana para outras funções dentro da corporação.
O capitão Sérgio Olimpio Gomes
será mantido na escolta do ex-governador Luiz Antonio Fleury Filho. Já Rogério da Rocha Bortoletto está afastado por causa de um
acidente de trânsito.
Segundo o chefe do setor de relações públicas da PM, Antônio Carlos Biagioni, o livro prega uma
postura diferente da defendida pela corporação -que valoriza o desarmamento da população.
O livro diz que os cidadãos devem reagir diante de uma ação violenta, que o uso de arma de fogo é
recomendável, desde que a pessoa
seja treinada, e que o bandido é
uma pessoa "menos humana" e
deve ser posto "fora de combate".
"Não há tom de retaliação na
transferência dos capitães. Mas seria difícil mantê-los em seus cargos
com essa postura incompatível
com a defendida pela corporação", diz Biagioni.
Um dos trechos do livro ensina
como o cidadão deve reagir.
"Quando alguém quer eliminá-lo,
atire na região de maior alvo, mas,
se possível, na cabeça." Os autores
dizem que é melhor deixar viúva a
mulher do ladrão.
Os cinco autores do livro, lançado na semana passada no Clube
dos Oficiais da PM, trabalham juntos em uma atividade irregular para policiais militares: são instrutores em uma empresa de segurança.
O capitão Sérgio Olimpio Gomes
afirmou à Folha, na semana passada, ser "pela paz, pelos direitos
humanos", mas disse que prioriza
o direito "dos mais humanos, que
são as vítimas".
Colaborou Rodrigo Vergara
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