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SAÚDE
Prefeitura não comprovou gastos e perdeu em definitivo R$ 2,4 milhões; R$ 400 mil referentes a 99 estão bloqueados
SP não presta contas e perde verba da Aids
SÍLVIA CORRÊA
da Reportagem Local
O Ministério da Saúde bloqueou
o repasse de R$ 400 mil que seria
feito no mês que vem à Prefeitura
de São Paulo para financiar programas de prevenção, diagnóstico
e tratamento de Aids no ano de 99.
A capital paulista é a cidade com
maior número de casos da doença
registrados no país. São 29.720 infectados, o que representa 21%
dos portadores de HIV do Brasil
(136 mil) e 45% dos infectados do
Estado de São Paulo (65 mil).
O bloqueio ocorreu porque a
prefeitura ainda não prestou contas de um repasse de R$ 2,5 milhões feito no final de 94 para financiar os projetos de 95. Até ontem, o município só havia comprovado os gastos de 67% do total
e não havia devolvido o restante.
Essa verba era a primeira parcela
de um programa chamado Aids 1,
financiado com recursos do Banco Mundial. Como não enviou os
documentos necessários para provar o destino do dinheiro, a prefeitura perdeu o direito de receber a
segunda, a terceira e a quarta parcelas, referentes aos anos de 96, 97
e 98 -um total de R$ 2,4 milhões.
O Aids 1 terminou em 31 de julho passado, mas o Ministério da
Saúde havia dado prazo até 30 de
agosto para que São Paulo prestasse contas de seus gastos.
Como isso mais uma vez não
ocorreu, a prefeitura foi inscrita
como inadimplente no Sistema
Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (Siafi) e perdeu em definitivo o direito
às parcelas bloqueadas. Os R$ 2,4
milhões foram distribuídos entre
municípios com contas em dia.
No próximo mês, começa o Aids
2, programa financiado com novo
empréstimo feito pelo governo federal junto ao Banco Mundial.
Para São Paulo, estão previstos
R$ 400 mil, mas a verba está bloqueada até que a prefeitura explique em que gastou o dinheiro repassado pela União em 94.
Segundo o coordenador das Administrações Regionais de Saúde,
Carlos Alberto Velucci, a cidade
perdeu dinheiro, mas os programas previstos não foram afetados.
"Tocamos os planos com o orçamento local. Infelizmente, oneramos os cofres locais", disse ele.
Com problemas de caixa, a prefeitura anunciou na semana passada uma reformulação no PAS
(Plano de Atendimento à Saúde)
com o objetivo de receber R$ 190
milhões anuais do SUS (Sistema
Único de Saúde).
Velucci afirmou que, na próxima segunda, uma reunião com o
Conselho Municipal de Saúde vai
referendar os gastos com Aids e,
então, a prefeitura prestará contas
à União, devolvendo dinheiro.
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