São Paulo, terça, 22 de dezembro de 1998

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'É o melhor dia de minha vida'

da Sucursal do Rio

A tristeza de ter perdido tudo não fez o comerciante Cosme Guedes Perez, 44, deixar de comemorar a sorte que teve ao escapar vivo do desabamento do prédio onde morava há quatro anos.
"Falo de coração. Este é o melhor dia da minha vida. Estou vivo. Ajudei a todos. Ninguém se machucou", afirmou.
Dono da cobertura, Perez vivia com um sobrinho de 17 anos. Ele, que tem uma loja de materiais de limpeza, não estimou o prejuízo sofrido com o desabamento.
"Tinha R$ 1.500 guardados em uma estante. Não consegui tirar nada. Vou para a casa de amigos. Acho que vou ter que comprar uma casa nova", disse.
A telefonista Rosilene dos Santos Costa, 37, chorava enquanto os bombeiros reviravam os escombros à procura de objetos.
Depois de reconhecer um aparelho de som e alguns documentos, Rosilene disse que não tinha onde passar a noite. "Meus três filhos vão para a casa do pai, mas eu não tenho para onde ir. Vou ter que começar tudo de novo", disse.
Vizinhos do bairro começaram ontem mesmo uma campanha de recolhimento de donativos para os desabrigados do prédio desabado.
Liderados pela dona-de-casa Maria de Fátima Souza Silva, moradora da rua Antônio Barroso, os vizinhos planejam distribuir roupas, alimentos, remédios e objetos de limpeza entre as famílias vitimadas pelo desastre. "Vamos ajudar essas pessoas. Elas estão vivendo um drama comovente." (ST)



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