|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
'É o melhor dia de minha vida'
da Sucursal do Rio
A tristeza de ter perdido tudo
não fez o comerciante Cosme
Guedes Perez, 44, deixar de comemorar a sorte que teve ao escapar
vivo do desabamento do prédio
onde morava há quatro anos.
"Falo de coração. Este é o melhor dia da minha vida. Estou vivo.
Ajudei a todos. Ninguém se machucou", afirmou.
Dono da cobertura, Perez vivia
com um sobrinho de 17 anos. Ele,
que tem uma loja de materiais de
limpeza, não estimou o prejuízo
sofrido com o desabamento.
"Tinha R$ 1.500 guardados em
uma estante. Não consegui tirar
nada. Vou para a casa de amigos.
Acho que vou ter que comprar
uma casa nova", disse.
A telefonista Rosilene dos Santos
Costa, 37, chorava enquanto os
bombeiros reviravam os escombros à procura de objetos.
Depois de reconhecer um aparelho de som e alguns documentos,
Rosilene disse que não tinha onde
passar a noite. "Meus três filhos
vão para a casa do pai, mas eu não
tenho para onde ir. Vou ter que
começar tudo de novo", disse.
Vizinhos do bairro começaram
ontem mesmo uma campanha de
recolhimento de donativos para os
desabrigados do prédio desabado.
Liderados pela dona-de-casa
Maria de Fátima Souza Silva, moradora da rua Antônio Barroso, os
vizinhos planejam distribuir roupas, alimentos, remédios e objetos
de limpeza entre as famílias vitimadas pelo desastre. "Vamos ajudar essas pessoas. Elas estão vivendo um drama comovente."
(ST)
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|