São Paulo, terça, 22 de dezembro de 1998

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Lotação aumenta preço e metrô tem filas

da Reportagem Local

A greve dos ônibus fez os usuários da zona leste procurarem alternativas de transporte, tendo de recorrer às peruas para chegar até as estações de metrô. Na zona sul, pessoas ficaram presas em congestionamentos provocados por bloqueios dos grevistas.
Alguns perueiros da zona leste estavam cobrando ontem o dobro do preço normal. Segundo um deles, que não quis se identificar, o preço normal é R$ 1, mas ontem era R$ 2 por causa da greve.
"Estão aproveitando a situação para nos explorar", disse a costureira Adélia Pereira, 54. Ela mora em Guaianases e costuma pegar um ônibus até a estação de metrô Corinthians-Itaquera, de onde vai até a estação Bresser e pega uma perua para ir até a Mooca.
Ontem, ela saiu de casa às 6h, mas não conseguiu pegar ônibus nem perua: "Estavam todas lotadas, nem paravam nos pontos".
Adélia voltou para casa e saiu mais tarde. Às 11h da manhã, ela ainda estava na fila para comprar um bilhete de metrô em Itaquera.
"Só vou chegar ao trabalho por volta das 13h. Normalmente, eu entro às 8h30", disse ela.
Na zona leste, a greve dos ônibus provocou filas no metrô. O problema foi maior na estação Corinthians-Itaquera, onde a espera para comprar um bilhete foi de uma hora, entre 6h30 e 8h30. Cada fila dos guichês de atendimento chegou a ter mais de 300 pessoas.
O metrô informou que o número de passageiros praticamente não aumentou e que as filas se formaram porque os usuários não puderam comprar o bilhete no ônibus, como de costume.
A vendedora autônoma Sueli Aparecida Mendes, 28, costuma levar uma hora e 40 minutos para ir da Cohab Tiradentes até o centro de São Paulo. Ela pega um ônibus e paga R$ 1 de passagem.
Ontem, ela teve de pegar uma perua até Guaianases e outra até Itaquera e ficou 40 minutos na fila para comprar um bilhete de metrô. O gasto total foi de R$ 3,75.
Na avenida Guarapiranga (zona sul), milhares de pessoas ficaram presas em congestionamentos causados pelos bloqueios dos motoristas. Uma das vítimas foi a estudante Ana Paula da Silva, 16, moradora do Jardim Nakamura, que corria o risco de perder o horário da matrícula.



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