São Paulo, sexta-feira, 23 de janeiro de 2004

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BARBARA GANCIA

Sai dessa lama, Maurren!

Alô, Maurren Maggi, grande recordista sul-americana do salto em distância! Que história é essa de se deixar abater pelo affaire do antidoping a ponto de perder a vontade de treinar? Ora, ora, Maurren! Se você conseguiu passar ilesa pelo próprio batizado, nada mais na vida deveria intimidá-la.
Eu explico: seus pais são grandes admiradores dos Beatles, não são? E quando você nasceu, eles resolveram homenagear o grupo mais famoso da história dando a você o nome da primeira mulher de Ringo Starr, não é mesmo? Só que a primeira mulher de Ringo Starr chama-se Maureen e não Maurren, concorda? O que seus pais têm contra nomes de trânsito universal como Linda, Cynthia, Patti ou Yoko eu não vou nem sequer perder tempo perguntando. A única coisa que posso fazer de imediato para aliviar a sua dor é recomendar fervorosamente que você leia o livro lançado no ano retrasado pela Editora 34, "Ronaldo - Glória e Drama no Futebol Globalizado", escrito por Jorge Caldeira.
Recado dado, vamos à vaca fria. Veja se você concorda comigo, dileto leitor: é ou não burrice taluda colocar todos os suspeitos da Operação Anaconda juntos na mesma carceragem, onde eles podem confabular e combinar as versões que irão dar em seus depoimentos? A parvoíce é tão astronômica que a gente só pode supor que haja interesse em melar a história toda.
E o que o leitor me diz do fato de que seis importantes testemunhas do caso Celso Daniel tenham sido assassinadas a tiros? Você está satisfeito com as conclusões sobre a morte do ex-prefeito de Santo André? Eu também não. Mas, ao menos, em minha defesa, posso argumentar que não me deixei seduzir por factóides criados para distrair a minha atenção, como a tal celeuma em torno da reciprocidade no tratamento de turistas norte-americanos. Tampouco dei o caso por encerrado com a prisão de Sérgio Gomes da Silva, o amigo que estava com o ex-prefeito na noite do crime.
Essa história parece ter o potencial para abalar todos os palácios de Brasília. Até que ela seja esclarecida, continuarei irredutível. E direi não, obrigada, caso o Gilberto Carvalho ou o José Dirceu apareçam lá em casa se oferecendo para levar meu cão e personal trainer, Pacheco Pafúncio, para dar uma volta no quarteirão.
Antes de ir, uma recomendação: festeje com vigor os 450 anos da cidade no domingo, pois na segunda o inferno se instalará com a força redobrada pelas obras na av. Faria Lima.

QUALQUER NOTA

Handicap ameaçado
Galvão Bueno só tem uma reclamação a fazer aos inúmeros amigos que o visitam no hospital. O narrador esportivo mais discutido do país teme que as múltiplas fraturas no braço esquerdo, resultado de acidente hípico ocorrido no último sábado, prejudiquem sua performance no golfe.

Dane-se o patrocínio
O Guga é mesmo uma figura. No torneio da Austrália, nosso tenista está usando um boné oficial da competição, desses que qualquer mortal pode comprar em lojas de suvenir.

Abacaxi social
Ao que tudo indica, o ananá sobrou para o Ananias...

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