São Paulo, sexta-feira, 23 de janeiro de 2004

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INFÂNCIA

Gabriel Chalita, secretário estadual da Educação e responsável pela Febem, anunciou a abertura de sindicância

Alckmin diz que irá apurar origem dos tiros

Samir Baptista/Folha Imagem
Agentes entram na Febem, depois de tentativa de fuga que acabou com um morto e dois feridos


DO "AGORA"
DA REPORTAGEM LOCAL

O governador Geraldo Alckmin (PSDB) afirmou ontem que a origem dos tiros que mataram um menor e feriram outros dois internos na Febem da Vila Maria será alvo de uma rigorosa apuração por parte da fundação e da polícia. "Por mais que se tente melhorar a situação da Febem, problemas sempre vão acontecer", afirmou o governador.
Segundo Gabriel Chalita, secretário estadual da Educação e responsável pela Febem, uma sindicância já foi aberta para apurar se a arma usada para atirar nos adolescentes estava em poder dos policiais militares, dos monitores ou dos próprios internos.
A presidência da entidade não se manifestou sobre o caso. Apenas divulgou uma nota.
"Os fatos, inclusive a causa da morte do adolescente, estão sendo investigados pela Polícia Civil e pela corregedoria da Febem. Esta última já abriu sindicância para apurar o caso. A Febem já providenciou reforço na segurança para garantir o plantão", diz o texto.

Negligência
A assessoria de imprensa da Febem também negou que tenha havido negligência no socorro aos internos. De acordo com o órgão, o socorro não foi imediato porque havia muita confusão e era difícil saber quem estava ferido.
Por volta das 3h45, quando o tumulto já estava contido, a ambulância foi chamada, disse o assessor de imprensa. O caso mais grave foi socorrido primeiro, informou ainda a fundação.

Polícia Militar
A assessoria de comunicação da Polícia Militar informou que o caso está sendo acompanhado pela corregedoria do órgão, como é praxe. A PM não quis comentar as informações recebidas pelo conselho tutelar, de que, na versão dos menores, os tiros poderiam ter partido de policiais, que teriam atirado mesmo estando do lado de fora da unidade.
Em depoimento ontem no 81º DP, o policial que comandou a operação disse que a corporação não usou armas e nem sequer chegou a entrar no complexo. Eles ficaram do lado de fora, separados por uma grade.
Essa não foi a primeira vez que um interno foi baleado dentro de unidades da fundação.
Em outubro de 1999, um interno matou outro dentro da Febem de Ribeirão Preto (município a 319 km de São Paulo).
Alegando falta de segurança, os monitores da unidade de Vila Maria só aceitaram entrar na unidade depois das 11h e, mesmo assim, só trabalharam em funções administrativas.


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