São Paulo, sábado, 23 de janeiro de 1999

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BAIXADA SANTISTA
Elas têm ao menos um local indicado para banho
Só quatro cidades têm praia própria todo dia

FAUSTO SIQUEIRA
da Agência Folha, em Santos

Bertioga, Guarujá, Itanhaém e Peruíbe são as cidades da região metropolitana da Baixada Santista que diariamente puderam oferecer ao veranista pelo menos uma praia com águas limpas para banho de mar neste ano.
Entre o dia 1º e anteontem, essas cidades tiveram ao menos uma de suas praias classificada como "própria" pela Cetesb nos nove boletins de balneabilidade emitidos pela agência no período.
Praia Grande é até agora a cidade com praias em piores condições para banho de mar em 99, segundo a Cetesb. Em oito dos nove boletins emitidos pela companhia neste ano, todos os pontos monitorados em Praia Grande foram classificados como impróprios.
A segunda cidade da região que mais vezes teve a totalidade de suas praias classificadas como impróprias é São Vicente (seis). A terceira é Santos (quatro).
Bertioga é a única que no período teve, por duas vezes, todas as suas praias classificadas como próprias. O gerente do Departamento de Recursos Hídricos e Assistência Técnica da Cetesb, Geraldo do Amaral Filho, atribui a grande quantidade de praias impróprias ao verão muito chuvoso, que faz com que o esgoto chegue mais rapidamente às praias.
Segundo ele, as cidades que conseguiram manter ao menos parte de suas praias imune aos efeitos da chuva são as que possuem sistema de coleta de esgoto mais eficiente.
Como a coleta de água para análise é feita em um só ponto da praia e não há definição exata sobre qual a área de abrangência do resultado, Amaral Filho recomenda ao banhista que, com base no boletim, faça uma avaliação. "Se há dois ou três pontos consecutivos próprios, isso significa que todo aquele trecho pode ser considerado próprio."
Secretários do Meio Ambiente de Praia Grande e São Vicente, cidades da Baixada Santista que mais vezes tiveram praias classificadas como impróprias, apontam a deficiência em saneamento, aliada à alta taxa de ocupação urbana, como causa da poluição.
Em Praia Grande -cidade com 36% de saneamento básico e que desde o boletim de 5 de janeiro tem todas as praias apresentadas como impróprias-, a secretária de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente, arquiteta Débora Blanco Bastos Dias, questiona a qualidade da informação divulgada pela Cetesb. Segundo a secretária, os coliformes fecais (microorganismos presentes nas fezes, usados como parâmetro de avaliação das condições da água) duram de seis a oito horas no mar.
Por isso, segundo ela, a informação divulgada no dia seguinte ao da coleta e análise da amostra apresenta distorção porque nesse momento o microorganismo já morreu. O secretário do Meio Ambiente de São Vicente, David José Gomes, diz que os canais de drenagem de águas pluviais da cidade foram projetados para uma população de 60 mil pessoas. Hoje, a cidade possui perto de 320 mil habitantes.



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