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BAIXADA SANTISTA
Elas têm ao menos um local indicado para banho
Só quatro cidades têm praia própria todo dia
FAUSTO SIQUEIRA
da Agência Folha, em Santos
Bertioga, Guarujá, Itanhaém e
Peruíbe são as cidades da região
metropolitana da Baixada Santista
que diariamente puderam oferecer ao veranista pelo menos uma
praia com águas limpas para banho de mar neste ano.
Entre o dia 1º e anteontem, essas
cidades tiveram ao menos uma de
suas praias classificada como
"própria" pela Cetesb nos nove
boletins de balneabilidade emitidos pela agência no período.
Praia Grande é até agora a cidade
com praias em piores condições
para banho de mar em 99, segundo a Cetesb. Em oito dos nove boletins emitidos pela companhia
neste ano, todos os pontos monitorados em Praia Grande foram
classificados como impróprios.
A segunda cidade da região que
mais vezes teve a totalidade de
suas praias classificadas como impróprias é São Vicente (seis). A
terceira é Santos (quatro).
Bertioga é a única que no período teve, por duas vezes, todas as
suas praias classificadas como
próprias. O gerente do Departamento de Recursos Hídricos e Assistência Técnica da Cetesb, Geraldo do Amaral Filho, atribui a
grande quantidade de praias impróprias ao verão muito chuvoso,
que faz com que o esgoto chegue
mais rapidamente às praias.
Segundo ele, as cidades que conseguiram manter ao menos parte
de suas praias imune aos efeitos da
chuva são as que possuem sistema
de coleta de esgoto mais eficiente.
Como a coleta de água para análise é feita em um só ponto da
praia e não há definição exata sobre qual a área de abrangência do
resultado, Amaral Filho recomenda ao banhista que, com base no
boletim, faça uma avaliação. "Se
há dois ou três pontos consecutivos próprios, isso significa que todo aquele trecho pode ser considerado próprio."
Secretários do Meio Ambiente
de Praia Grande e São Vicente, cidades da Baixada Santista que
mais vezes tiveram praias classificadas como impróprias, apontam
a deficiência em saneamento, aliada à alta taxa de ocupação urbana,
como causa da poluição.
Em Praia Grande -cidade com
36% de saneamento básico e que
desde o boletim de 5 de janeiro
tem todas as praias apresentadas
como impróprias-, a secretária
de Desenvolvimento Urbano e
Meio Ambiente, arquiteta Débora
Blanco Bastos Dias, questiona a
qualidade da informação divulgada pela Cetesb. Segundo a secretária, os coliformes fecais (microorganismos presentes nas fezes, usados como parâmetro de avaliação
das condições da água) duram de
seis a oito horas no mar.
Por isso, segundo ela, a informação divulgada no dia seguinte ao
da coleta e análise da amostra
apresenta distorção porque nesse
momento o microorganismo já
morreu. O secretário do Meio
Ambiente de São Vicente, David
José Gomes, diz que os canais de
drenagem de águas pluviais da cidade foram projetados para uma
população de 60 mil pessoas. Hoje, a cidade possui perto de 320 mil
habitantes.
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