São Paulo, segunda-feira, 23 de fevereiro de 2004 |
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Rosas de Ouro e Vai-Vai são favoritas em SP
Nenê e Mocidade Alegre também se destacaram numa noite de desfiles marcada por chuva constante e referências à cultura DA REPORTAGEM LOCAL Nem a chuva -que não deu trégua durante a segunda noite do Carnaval de São Paulo- conseguiu ofuscar os desfiles feitos pela Rosas de Ouro e pela Vai-Vai, que saíram do Sambódromo do Anhembi, na madrugada de ontem, como as escolas de samba favoritas ao título deste ano. A Rosas de Ouro contou a história da cidade de São Paulo por meio de seus marcos mais importantes, como o monumento às Bandeiras, que fica no Ibirapuera, e o monumento à Independência, no Ipiranga (ambos na zona sul). Já a Vai-Vai homenageou o Bexiga (centro), bairro de origem da escola e que foi usado como espelho do que a capital paulista tem de bom: boemia, cultura e preservação dos costumes populares. Ambas fizeram apresentações sem erros e levantaram a platéia; a Vai-Vai, com maior torcida, saiu aos gritos de "é campeã". A Mocidade Alegre, que falou sobre a imigração, e a Nenê de Vila Matilde, que homenageou a Bienal, também se destacaram em técnica e animação e correm por fora. Luzes no carro abre-alas e nudez marcaram o desfile da Rosas de Ouro, que, como sempre, saiu muito luxuosa. A escola teve como principais atrações Raí, ex-jogador do São Paulo, a modelo Ellen Roche e o grupo Demônios da Garoa, que desfilou em cima do último carro, lembrando a festa de 450 anos de São Paulo, com direito a logotipo oficial do evento e "chuva de prata". O lançamento de papéis prateados picados, sensação no 400º aniversário da capital, foi reeditado por quase todas as escolas de samba. A animação dos componentes da Vai-Vai e o samba-enredo, cujo refrão dizia "é show, é Carnaval na terra da garoa", contagiaram o público, que cantou e acompanhou praticamente toda a apresentação com palmas. Entre os destaques estavam a apresentadora Eliana e os atores Juca de Oliveira e Laura Cardoso. Apesar da promessa de polêmica no carro que homenageava a festa de Nossa Senhora Achiropita, a presença de homens fantasiados de padre, dançando, não provocou reações negativas. A diversidade cultural da cidade foi o tema mais presente do segundo dia de desfiles. Além de Rosas de Ouro, Vai-Vai e Nenê, a Leandro de Itaquera também baseou seu enredo nas muitas influências que São Paulo recebeu. Na comissão de frente, um índio, um negro, um alemão, um português, um árabe e um japonês encenavam a mistura cultural. O último dia de desfiles, aberto pela Barroca Zona Sul, teve também a Imperador do Ipiranga e a Império da Casa Verde. (ALENCAR IZIDORO, AMARÍLIS LAGE, MARIANA VIVEIROS E SIMONE IWASSO) Texto Anterior: Beleza pura: São Clemente usa "santo de casa" na bateria Próximo Texto: Abre-alas: Os enredos do Carnaval de São Paulo Índice |
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