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NEPOTISMO
Secretário-adjunto de Trabalho mantém filha e genro trabalhando no local
Juarez Soares emprega familiar
LUÍSA BRITO
VICTOR RAMOS
DA REPORTAGEM LOCAL
O secretário-adjunto de Trabalho da gestão José Serra (PSDB), o
jornalista Juarez Soares, mantém
a filha e o genro empregados na
secretaria onde trabalha.
Soares é filiado ao PDT e diz que
pensa em se candidatar a deputado estadual neste ano. Em 2004,
foi candidato a vice-prefeito de
Paulo Pereira da Silva (PDT), o
Paulinho. A jornalista Larissa
Soares, filha de Juarez, faz parte
da equipe de assessoria de imprensa da secretaria. Seu marido,
o também jornalista Enéas Santos, é gerente do CAT (Centro de
Apoio ao Trabalho) da Lapa. Ela
está na secretaria desde o início da
gestão Serra e recebe R$ 3.200 de
salário. Santos ocupou o cargo em
dezembro, quando o centro foi
inaugurado, e recebe R$ 3.000.
Santos, segundo a secretaria, foi
selecionado para o cargo pela
Avape (Associação para Valorização e Promoção de Excepcionais),
uma ONG terceirizada que, diz a
pasta, é responsável por contratar
os funcionários do CAT.
Outro lado
Em resposta via e-mail, Juarez
Soares afirmou à Folha que sua filha foi contratada pela secretaria
no início de 2005, antes de ele ser
secretário-adjunto, cargo que assumiu em abril. Quanto ao genro,
Soares disse que o cargo de gerente do CAT não tem "proximidade
física do gabinete".
Em sua resposta, Soares disse
ainda que já pediu desligamento
da secretaria para se dedicar a assuntos pessoais e a uma possível
candidatura a deputado estadual.
O secretário Gilmar Viana confirmou que Soares comunicou
que tinha interesse em deixar o
cargo, o que deve acontecer no final de março. Viana, que contratou a filha de Soares, disse que a
jornalista foi chamada para por
ter um currículo "interessante".
Sobre Santos, Viana ressaltou o
fato de ele ter curso superior, exigência para o cargo. Questionado
se o gerente tinha alguma formação específica que o capacitasse
para coordenar o CAT, o secretário disse que "ele tinha experiência no trato com pessoas", que já
havia sido dirigente sindical e trabalhado em organizações sociais.
"Tenho o currículo dele e de todos
os outros gerentes aprovados",
afirmou o secretário.
Procurado pela Folha, Santos
disse que falaria apenas pessoalmente. A reportagem foi até o local marcado, mas ele não estava
lá. Larissa Soares também foi procurada, mas não retornou os diversos recados deixados.
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