São Paulo, quinta-feira, 23 de fevereiro de 2006

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NEPOTISMO

Secretário-adjunto de Trabalho mantém filha e genro trabalhando no local

Juarez Soares emprega familiar

LUÍSA BRITO
VICTOR RAMOS
DA REPORTAGEM LOCAL

O secretário-adjunto de Trabalho da gestão José Serra (PSDB), o jornalista Juarez Soares, mantém a filha e o genro empregados na secretaria onde trabalha.
Soares é filiado ao PDT e diz que pensa em se candidatar a deputado estadual neste ano. Em 2004, foi candidato a vice-prefeito de Paulo Pereira da Silva (PDT), o Paulinho. A jornalista Larissa Soares, filha de Juarez, faz parte da equipe de assessoria de imprensa da secretaria. Seu marido, o também jornalista Enéas Santos, é gerente do CAT (Centro de Apoio ao Trabalho) da Lapa. Ela está na secretaria desde o início da gestão Serra e recebe R$ 3.200 de salário. Santos ocupou o cargo em dezembro, quando o centro foi inaugurado, e recebe R$ 3.000.
Santos, segundo a secretaria, foi selecionado para o cargo pela Avape (Associação para Valorização e Promoção de Excepcionais), uma ONG terceirizada que, diz a pasta, é responsável por contratar os funcionários do CAT.

Outro lado
Em resposta via e-mail, Juarez Soares afirmou à Folha que sua filha foi contratada pela secretaria no início de 2005, antes de ele ser secretário-adjunto, cargo que assumiu em abril. Quanto ao genro, Soares disse que o cargo de gerente do CAT não tem "proximidade física do gabinete".
Em sua resposta, Soares disse ainda que já pediu desligamento da secretaria para se dedicar a assuntos pessoais e a uma possível candidatura a deputado estadual.
O secretário Gilmar Viana confirmou que Soares comunicou que tinha interesse em deixar o cargo, o que deve acontecer no final de março. Viana, que contratou a filha de Soares, disse que a jornalista foi chamada para por ter um currículo "interessante".
Sobre Santos, Viana ressaltou o fato de ele ter curso superior, exigência para o cargo. Questionado se o gerente tinha alguma formação específica que o capacitasse para coordenar o CAT, o secretário disse que "ele tinha experiência no trato com pessoas", que já havia sido dirigente sindical e trabalhado em organizações sociais. "Tenho o currículo dele e de todos os outros gerentes aprovados", afirmou o secretário.
Procurado pela Folha, Santos disse que falaria apenas pessoalmente. A reportagem foi até o local marcado, mas ele não estava lá. Larissa Soares também foi procurada, mas não retornou os diversos recados deixados.


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