São Paulo, domingo, 23 de fevereiro de 1997.

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DEPOIMENTO
da Reportagem Local

``No ano passado, fiquei alucinada com um cara. Ele me parou, um belo dia, em plena rua, quando eu saía do trabalho. Parecia coisa de propaganda de TV. Ele disse que tinha de me conhecer, que eu era linda... Mas lindo era ele. Na primeira vez que saímos, levei uma amiga. Fomos até um barzinho. Não aconteceu nada. Depois, ficamos um tempão nos encontrando. Só beijos. Nada além disso. Um dia ele disse que queria namorar. Eu já conhecia essa conversa e perguntei: `Você quer namorar comigo só esta noite ou quer namorar por mais tempo?' Ele disse que não era brincadeira. Que queria ficar comigo, que isso, aquilo... Ainda assim eu hesitei. Ele mandava flores pra mim, ligava todo santo dia. Parecia o homem ideal, perfeito. Uma noite, decidimos ir para um motel, depois de semanas de enrolação. Pensei: `não tenho nada a perder'. Eu estava errada. Quando a gente estava chegando ao lugar, senti que não queria mais. Que alguma coisa daria errado. Não sei dizer o motivo, mas naquele momento eu já tinha broxado. Eu não o ouvia mais, não queria mais estar ali. Juro, não sei o que aconteceu. Mas broxei. E ele sentiu, claro. Nunca mais quis vê-lo depois disso. Até hoje ele liga. Acho que me desencantei. Ele não era nada daquilo que eu havia idealizado.''


Iza de Freitas, 36, é gerente de telemarketing em São Paulo.


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