da Sucursal do Rio

O condomínio Palace, que começou a ser construído há cerca de oito anos, é o pivô de várias ações judiciais contra a construtora Sersan. Segundo Gregório Duarte Santos, ex-síndico, há na Justiça quatro processos ajuizados pelo conjunto dos condôminos contra a empresa, alegando má qualidade de construção.
Santos exibiu cópia de perícia feita no prédio. Outros moradores estão processando individualmente a empresa.
"Comprei meu apartamento por R$ 130 mil em abril de 96 e, em setembro daquele ano, resolvi me mudar, porque estava atrasada a entrega. Gastei mais R$ 30 mil com os acabamentos", disse Paulo Viana, morador do 1.202.
Eduardo Pascoal, 34, síndico há um mês, disse que os residentes no prédio estavam pagando cotas para uma firma que está fazendo reparos na fachada.
Pascoal disse que uma perícia criminal seria feita nos próximos dias para avaliar os danos na construção. Da rua, é possível ver que faltam várias placas de mármore na fachada do prédio.
"Tentamos contatos verbais com a construtora, mas não tivemos sucesso. Por isso, os condôminos resolveram entrar com ações", afirmou Pascoal.
A secretária de Urbanismo, Hélia Nacif, disse que, como o edifício foi ocupado sem habite-se, caberia à construtora, que foi multada pela prefeitura, pedir à Justiça a desocupação do prédio.
"Moro aqui há dois anos e só na sexta-feira passada passaram massa na parede corredor do meu andar", disse Rosana Bacellar Nunes, que morava no 1.507 do bloco 2. Segundo ela, a construtora fizera um depósito de material em torno do pilar que quebrou, o que pode ter ocultado o problema.
Rosemari Cunha Netto, moradora do 505 do bloco 1, contou que em 96 o condomínio chegou a ser interditado depois que um operário morreu num elevador. Os moradores tiveram de morar em hotéis, pagos pela construtora. Voltaram três meses depois, mas, segundo outra moradora, Maria Clara Martins, só algumas das exigências das autoridades foram cumpridas.



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