da Sucursal do Rio

e do free-lance para a Folha

Daize Mota, 55, mora em outro edifício que também foi construído pela Sersan. Ela não pensa em se mudar, mas diz que agora terá uma "eterna preocupação".
Seu prédio, o Sunset, fica na mesma rua e é mais antigo que o Palace, onde aconteceu o desabamento. Segundo ela, o edifício também está com diversos problemas estruturais e a construtora não manifestou interesse em solucioná-los. "A reforma só está acontecendo porque nós tomamos a iniciativa e estamos pagando por isso", disse.
Daize Mota afirmou que existe um processo na Justiça sobre a responsabilidade da construtora em uma infiltração na garagem do edifício. Hilton Elblink, 38, mora próximo ao Palace e disse que deixou de comprar um apartamento no edifício por ter desconfiado do preço baixo que lhe foi oferecido em um local onde a média é de US$ 120 mil. "Estavam tentando me empurrar um por US$ 65 mil."
Elblink disse que achou estranho o preço estar abaixo da média e desistiu da compra.
Desolado, com o olhar perdido no horizonte, 12 horas após o desabamento, o microempresário Marco Moraes, 47, ainda não acreditava no que via. Morador do apartamento 2.004, ele viu toda a área de serviço, o quarto de empregada e parte da cozinha desabarem. "Foi um estrondo, que nem um terremoto. O suficiente para sairmos correndo", disse.
Ele contou que, ao saber da interdição, abandonou o prédio com a mulher e foi para a casa dos pais, no Recreio dos Bandeirantes (zona oeste do Rio), ainda durante a madrugada.
Ao retornar, no início da manhã, só encontrou os escombros. "Jamais imaginava que poderia acontecer uma coisa dessas", afirmou Moraes, que residia no prédio havia três meses.
Moraes disse que comprou o apartamento por cerca de R$ 135 mil. Segundo ele a previsão de entrega das chaves era em outubro de 1995, mas só aconteceu dois anos depois. "Ainda tive que fazer todo o acabamento", afirmou. (AURÉLIO GIMENEZ e FELIPE WERNECK)


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