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Público de SP elege
Vai-Vai e Nenê
da Reportagem Local
Vai-Vai e Nenê de Vila Matilde saíram na
frente na disputa do título de
campeã do Carnaval de São
Paulo este ano. As duas escolas
deixaram o Sambódromo sob os
gritos de "é campeã".
A apresentação da Vai-Vai, nona
escola a desfilar, combinou luxo e
um samba de refrão fácil -Banzai!!Vai-Vai-, que foi repetido
pelo público durante o tempo de
uma hora e dois minutos em que
esteve na avenida.
Este ano, a Vai-Vai apresentou
um enredo contado do ponto de
vista de um personagem fictício, o
mulato Criolé, que sonha ser o imperador do Japão e acorda na avenida no meio do desfile da escola.
A Vai-Vai impressionou pelo luxo e pelo acabamento cuidadoso
das fantasias e alegorias, mas pode
ser prejudicada por problemas de
evolução, dada à pressa com que
desfilaram as últimas alas.
Simpatia
Já a Nenê usou a simpatia como
arma para levantar o público das
arquibancadas: o enredo de fácil
assimilação sobre os 70 anos da escola de samba carioca Mangueira
e a presença do ator-dramaturgo
Miguel Falabella, que levou o público ao delírio durante todo o
desfile, cantando o samba e repetindo na arquibancada as coreografias mostradas na pista.
Apenas a Gaviões da Fiel, que
encerrou o desfile, conseguiu repetir o feito da Nenê e botar o público para pular nas arquibancadas, por causa da fidelidade de sua
torcida e do enredo sobre a história e as glórias do Corinthians.
Apesar disso, a Gaviões corre o
risco de perder pontos por causa
do samba que não "pegou" e porque algumas alas descumprirarm
o regulamento e trouxeram membros com fantasias desiguais. Numa das alas, por exemplo, metade
dos foliões não tinha os chapéus
que faziam parte da roupa da ala.
As fantasias também podem
prejudicar a Nenê. Alguns membros vestiam camisas da Mangueira junto com pessoas com uniformes da Nenê, descumprindo o regulamento, que prevê que todas as
fantasias de uma ala têm de ser absolutamente iguais.
Topless
Mocidade Alegre, X-9, Rosas de
Ouro e Unidos do Peruche fizeram
bons desfiles, mas que não chegaram a empolgar totalmente.
A primeira aproveitou o enredo
"Essas Mulheres Maravilhosas e
Ousadas" para encher a avenida
com mulheres de topless e biquínis. Seu principal destaque, a dançarina Carla Perez, se vestiu muito
mais que de hábito e escondeu o
"tchan", não superando o bumbum desnudado de Valeria Valenssa, que saiu de corpo pintado,
mais mostrando do que escondendo.
A Peruche caprichou nas fantasias, em tons de terra e com diferentes materiais, de palha a peles
de animais. A contradição ficou
por conta de alas essencialmente
afro com componentes loiros.
A X-9 não resistiu ao baque de
ter de desfilar primeiro sendo a
campeã de 97. O problema foi
lembrado até pelo puxador Royce
do Cavaco, que para tentar animar
o público, gritou bastante e saiu
rouco. Surpreenderam pela animação, as Ronaldinhas Nádia e
Viviane.
A Rosas de Ouro realizou um
desfile correto e colorido, com
carros bonitos, mas parecia que
todos os torcedores da escola estavam desfilando e que não sobrou
ninguém para ficar na arquibancada e cantar o samba, considerado fraco por músicos e sambistas.
Fotografia
De volta ao Grupo Especial, a
Camisa Verde e Branco empolgou, mas não surpreendeu. O enredo sobre a história da fotografia
no Brasil recebeu um tratamento
convencional, mas a escola parece
ter recuperado o pique perdido
com o rebaixamento, há dois
anos.
A mais prejudicada pela chuva
que atingiu São Paulo antes do
desfile foi a Acadêmicos do Tucuruvi, que teve o carro abre-alas
parcialmente danificado.
A comissão de frente da Leandro
de Itaquera arrancou aplausos,
mas a escola apresentou problemas de evolução e harmonia.
(MARTA AVANCINI, MARCELO
OLIVEIRA E FABÍOLA SALANI)
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