São Paulo, terça-feira, 23 de março de 2004

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TRÂNSITO

Congestionamento foi de 95 km às 8h30, acima do normal nesse horário

Novas obras aumentam a lentidão

DO "AGORA"

DA REPORTAGEM LOCAL

O início de três obras fez o já complicado trânsito de São Paulo piorar ainda mais. Dos 15 períodos medidos das 7h às 14h de ontem, a lentidão piorou em 14.
A congestionamento chegou ao auge nesse intervalo às 8h30, quando os medidores da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) registraram 95 km. A média das segundas de março de 2003 era de 83 km.
O maior volume de tráfego surge no primeiro dia útil em que a cidade ganhou mais três obras, nas avenidas Ibirapuera (zona sul) e do Estado (centro) e no viaduto Bresser (centro).
Elas se somam a outros canteiros, como os das avenidas Rebouças, Cidade Jardim e Brigadeiro Faria Lima, surgidos em 2004, ano em que a prefeita Marta Suplicy (PT) buscará se reeleger.
No início da manhã, o congestionamento manteve-se próximo à média das segundas-feiras de março de 2003 -17 km às 7h, contra 16 km na média de 2003, e, às 7h30, 43 km e 44 km, respectivamente. Já às 8h, os 83 km de ontem já superavam com folga os 69 km da média do mês em 2003.
Das três novas obras, a de menor prazo é a da avenida do Estado, parcialmente fechada para reparo na rede da Eletropaulo, que deve levar 20 dias. Os carros são desviados para as ruas Luís Gama e da Mooca, deixando a única faixa livre para veículos pesados.
No viaduto Bresser, em obras desde abril de 2002 e interditado totalmente anteontem, a reforma estrutural de R$ 11,6 milhões deve ir até o fim de julho.

Reclamações
Na avenida Ibirapuera, que teve interdição parcial anteontem de uma faixa num trecho de 500 metros, será feito, até agosto, o Passa-Rápido -nome que a prefeitura dá aos corredores de ônibus. Mas os moradores da região estão preocupados com o corte de 35 árvores e a remoção de outras 97.
"A avenida Ibirapuera, segundo o Plano Diretor da cidade, faz parte de um corredor verde que vai ser criado em 2006", diz o analista de sistemas Fernando Grandjean, 38, que entregou ontem à prefeitura mais de 1.200 assinaturas de moradores contra a medida.
Segundo a SPTrans, empresa municipal que gerencia o transporte coletivo na cidade, a avenida ficará com mais árvores quando a obra for concluída, já que as removidas serão recolocadas e 128 mudas serão plantadas.
Já motoristas e comerciantes do Brás e do Bresser reclamaram que não foram avisados da obra. Antonia Odete de Lima, gerente de uma loja de materiais de construção na rua do Hipódromo, apontou atraso nas entregas. "Os caminhões conseguiam sair da alça em até dez minutos. Agora não conseguem nem em uma hora."
A reportagem procurou a área técnica da CET para comentar o assunto, mas não obteve resposta.


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