|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
General é intimado pela Procuradoria
DA SUCURSAL DO RIO
Comandante militar do Leste, o
general Domingos Curado se negou a enviar ao Ministério Público Federal (MPF) uma cópia do
IPM (Inquérito Policial Militar)
sobre a recente ação do Exército
em favelas cariocas após o roubo
de dez fuzis e de uma pistola de
um quartel no último dia 3. A negativa levou o procurador Fábio
Aragão a abrir uma representação
criminal contra Curado.
O general está intimado a comparecer às 11h de hoje à sede do
MPF para depor sobre a ação de
tropas sob seu comando no morro da Providência (centro).
"Se ele não vier, para mim ficará
evidente a validade daquele ditado, o "quem cala consente". Estou
dando ao general a oportunidade
de vir aqui e falar. Se ele não vier,
vou entender que ele não quer colaborar com o Ministério Público", afirmou ontem Aragão.
O procurador já abriu um inquérito civil público para apurar
as supostas violações aos direitos
humanos na ocupação do morro
da Providência.
O procurador disse que enviou
ao Comando Militar do Leste um
ofício em que pedia a cópia do
IPM, para saber se o Exército, como alega, ocupara as favelas em
obediência a ordens judiciais.
"O prazo que dei ao general Curado [para enviar a cópia] expirou
na quarta-feira passada. Ele não
me entregou a cópia sob a alegação de que essa é uma questão de
segurança nacional."
Aragão não aceita a justificativa
do comandante do CML. "A
Constituição Federal e a Lei do
Ministério Público dizem que o
sigilo em questões do tipo não vale para o Ministério Público."
A assessoria de imprensa do
Exército no Rio anunciou que o
Departamento Jurídico do CML
foi acionado para estudar a validade da intimação ao general.
O porta-voz do CML, coronel
Fernando Lemos, disse não saber
se o general comparecerá hoje às
11 à sede do MPF para ser interrogado pelo procurador.
Quanto às acusações dos moradores, Lemos disse que foram investigadas e não se confirmaram.
Prisão
Um sargento lotado no ECT
(Estabelecimento Central de
Transporte) foi preso ontem sob a
acusação de envolvimento com a
quadrilha que roubou do quartel
dez fuzis e uma pistola. O sargento é o terceiro acusado ligado à
unidade assaltada. A participação
do sargento foi relatada por dois
acusados presos.
(SERGIO TORRES)
Texto Anterior: Segurança: Exército apoiou acordo com tráfico em 2004 Próximo Texto: Panorâmica - Polícia: Cinco são presos em clube municipal na zona leste sob suspeita de venda de drogas Índice
|