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Combate ao tráfico deve priorizar fronteiras
da Sucursal de Brasília
O Sistema Nacional Antidrogas
prevê que as operações especiais
de combate ao narcotráfico priorizem as fronteiras terrestres. O governo está convencido de que o enfoque desenvolvido até agora
-especialmente pela Polícia Federal-, de priorizar o combate
em grandes centros consumidores, está equivocado.
Segundo a Folha apurou, uma
das primeiras operações será na
região amazônica, na área do rio
Solimões, considerada uma das
principais rotas de tráfico da pasta
básica de cocaína vinda do Peru. O
governo tem a rota traçada e quer
"fechar as torneiras", como são denominadas essas vias de acesso.
Numa das rotas, a pasta de cocaína navega desde o rio Marañon, no
Peru, passando pela cidade de Tabatinga, no Amazonas, percorrendo parte do rio Solimões até seu
encontro com o rio Japurá, que segue em direção à Colômbia. Em
território colombiano, onde o rio
passa a se chamar Caquetá, é feito
o refino da pasta, que depois de
pronta deixa o local pelo mesmo
esquema.
Outro ponto com esquema semelhante é verificado na cidade de
Cruzeiro do Sul, no Acre. Do Peru,
no rio Moa, a pasta básica navega
pelo rio Juruá em território brasileiro. Em suas margens, ela é refinada e deixa a região em sacos de
farinha.
Na região amazônica, além das
cidades de Tabatinga e de Cruzeiro
do Sul, há preocupação com rotas
em outras cidades, como Atalaia
do Norte (AM), São Paulo de Olivença (AM) e Taumaturgo (AC).
Atenção desequilibrada
Existe no governo a avaliação de
que a atenção dada, inclusive pelos
meios de comunicação, ao tráfico
no Rio de Janeiro é desequilibrada
pelo que o problema representa no
restante do país.
O maior mercado de droga no
Brasil é São Paulo. No Rio, os grupos de traficantes são pulverizados, jovens, ostentatórios e não
controlam rotas internacionais.
A maconha comercializada na cidade vem do polígono da maconha
(PE), rota coordenada pelos traficantes cariocas, baseados nas favelas. No restante do país, a maconha
comercializada é paraguaia, fornecida pelas organizações que se articulam no exterior.
(AG e WF)
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