São Paulo, segunda-feira, 23 de abril de 2001

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Promotora do caso comemora prisão

PEDRO DANTAS
DA SUCURSAL DO RIO

A rotina dos promotores da 3ª Central de Inquérito de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, mudou nos últimos anos. Seguranças, viagens inesperadas e até ameaças de morte passaram a fazer parte de suas vidas desde que o inquérito 51 chegou ao Ministério Público, em outubro de 99.
O acusado no inquérito 51 era Luiz Fernando da Costa, capturado anteontem na Colômbia. À frente do grupo está a promotora Márcia Velasco, 35. Loira, separada há dez anos e com um filho de 12, ela é considerada a "inimiga número 1" de Beira-Mar.
Velasco comemorou a prisão de Beira-Mar. "Nosso sentimento é de missão cumprida. Foi um trabalho de equipe da Secretária de Segurança Pública do Rio, Polícia Federal e autoridades colombianas. Devemos muito ao trabalho da juíza da 1ª Vara Criminal de Duque de Caxias, Terezinha Avellar, que (...) deverá ser a primeira pessoa a ouvir Beira-Mar no Rio."

Folha - Como foi a atuação do Ministério Público no caso?
Márcia Velasco -
Acho que temos que correr atrás das coisas para alcançarmos nossos objetivos. Neste caso, tivemos que travar contatos pessoais, e não apenas fazer ofícios e ficar no gabinete. Dessa forma, fomos à Colômbia duas vezes para fornecer informações às autoridades locais.

Folha - A sra. chegou a ter algum contato com Beira-Mar?
Velasco -
No início do processo, ele me ligou várias vezes para pedir que não denunciasse suas irmãs (Alessandra e Débora da Costa). Ele alegava que elas não tinham envolvimento com o tráfico. Mas o inquérito provou o contrário, e as irmãs foram condenadas. Ele oscilava entre me tratar como uma pessoa séria, me chamar de verme pelos jornais ou tramar atentados contra a 3ª Central de Inquéritos.

Folha - O que mais lhe impressionou no caso Beira-Mar?
Velasco -
A morte do Michel Anderson do Nascimento. Devido à crueldade e à frieza da sessão de tortura, posso dizer que foi o fato que mais me chocou em toda minha vida. Ainda tivemos que ouvir várias vezes a fita gravada pela polícia para fazer a denúncia.


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