DA REPORTAGEM LOCAL

"A prefeita é ótima para criticar, mas não sabe "prefeitar" [cuidar da cidade]", disse ontem o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB). "É só andar na rua para ver como está a cidade."
Nas últimas semanas, a prefeita Marta Suplicy (PT) e Alckmin têm sustentado publicamente divergências, principalmente sobre o projeto do governo estadual de despoluição do rio Pinheiros por meio da flotação -técnica em que a sujeira é agregada em flocos, o que facilitaria a sua retirada.
A primeira divergência pública ocorreu no dia 29 de março, durante entrevista após a abertura do Fórum Metropolitano de Segurança Pública.
Na ocasião, os dois discutiram a respeito de um acordo para reforçar a presença de PMs no centro.
Marta também critica o governo estadual porque, diz ela, a prefeitura não foi consultada sobre um projeto tão importante.
"Ela [a prefeita] deveria me agradecer, porque ninguém quer deixar o rio Pinheiros do jeito que está, todo poluído, um mar de lama", disse Alckmin, ontem, durante inauguração de parte do sistema de coleta e afastamento de esgoto da bacia de Guarapiranga.
O governador disse que Marta não deveria admitir que desconhece "um trabalho que vem sendo feito desde o ano passado".
Segundo estudo elaborado pelo governo estadual, parte das águas do rio Pinheiros, após a despoluição, poderá ser bombeada para a represa Billings para reforçar a geração de energia na hidrelétrica de Henry Borden, em Cubatão.
Na sexta-feira, ao participar na USP de seminário sobre tratamento da água do rio Pinheiros, ela disse que "não cabe [ao governador" decisões de afogadilho, tecnocráticas e centralizadoras".
A prefeita disse que o governador estava "desinformado" quando fez críticas contra a administração. Ela afirmou que Alckmin desconhece que "foram tapados 79 mil buracos em três meses, enquanto Celso Pitta tapou 55 mil em todo o ano passado".



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