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SISTEMA CARCERÁRIO
25 presos fugiram; houve rebelião
PCC resgata um de seus líderes estaduais da cadeia de Americana
CLAUDIO LIZA JUNIOR
FREE-LANCE PARA A FOLHA CAMPINAS
Em uma ação ousada, integrantes do PCC (Primeiro Comando
da Capital) resgataram 25 presos
da Cadeia Pública de Americana
(128 km de São Paulo), entre eles
um dos líderes estaduais da organização criminosa, Antônio Nunes Caetano, o Toninho Sharp.
O tumulto ocorreu entre a noite
de anteontem e madrugada de
ontem. Além das fugas, o resgate
provocou também uma rebelião
que deixou oito presos feridos e
destruiu parte da cadeia. Parte da
luz e da água do local foram cortados durante a rebelião.
Segundo a Polícia Militar, uma
quadrilha formada por cerca de
dez homens ligados ao PCC metralhou o lado externo da cadeia,
por volta das 21h de anteontem.
Eles fugiram com os presos resgatados em um Vectra, um Honda Civic e uma picape.
No interior da cadeia, dois presos armados com revólveres renderam dois carcereiros e auxiliaram a entrada dos integrantes da
quadrilha no local. A polícia contou mais de 250 perfurações feitas
com balas de fuzil e de metralhadora na entrada da penitenciária,
depois da rebelião.
De acordo com o delegado seccional adjunto de Americana, Roberto José Daer, serão abertos um
inquérito policial e uma sindicância administrativa para apurar a
entrada de armas na cadeia e as
interrupções do fornecimento de
luz e água no momento da ação.
Toninho Sharp estava em uma
cadeira de rodas, depois de ter sido atingido pela PM com um tiro
nas costas em abril.
Presos que saíram da cadeia na
picape chegaram a trocar tiros
com a PM na rodovia Anhanguera e atingiram um policial na perna. Dois presos que fugiram no
resgate foram recapturados.
Após a ação, os presos que ficaram na cadeia iniciaram uma rebelião. Eles tentaram invadir o
pavilhão B, onde estão os presos
detidos por cometerem crimes
hediondos. Para impedir a invasão, os detentos do pavilhão atearam fogo em colchões.
Pelo menos 50 homens das polícias Civil e Militar precisaram entrar na cadeia para conter os rebelados. O confronto deixou oito
presos feridos levemente.
O pavilhão B, o setor administrativo e a enfermaria foram destruídos. A cadeia tem capacidade
para 315 presos, mas mantinha
644 detentos antes da rebelião.
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