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BARBARA GANCIA
Bush pode deitar e rolar
Vem cá: a turma lá no Festival de Cannes gostou ou não
de "Carandiru"? As notícias que
chegam são desencontradas. Em
um lugar, eu li que o filme teve recepção morna e, aqui nesta Folha,
que foi aplaudido de pé. Como se
estava falando de uma única
apresentação, a gente só pode concluir que o povo lá em Cannes é bipolar, esquizofrênico ou que tem
dupla personalidade.
A crítica do festival, ninguém
discorda, não gostou do filme.
Mas, para ela, estou pouco me lixando. Não é a crítica, sempre ela,
a primeira a se desmanchar em
elogios à leviana esquerda norte-americana, representada por gente da laia de Oliver Stone e Michael Moore?
Nem por uma caixa de picolés
de limão eu deixaria um dos dois
levar meu cão e personal trainer,
Pacheco Pafúncio, para dar uma
volta no quarteirão. Veja só: depois que Fidel Castro mandou
executar os três cubanos que tentavam fugir da ilha, Oliver Stone
teve de mexer no documentário
sobre "el comandante" que estava
preparando para ser exibido em
abril pelo canal HBO. Se tivesse alguma integridade artística, ele teria se recusado a aceitar a imposição dos produtores, que o obrigaram a amenizar o tom "pró-Fidel"
do documentário e adiaram a data da estréia.
Quanto a Michael Moore, ele
mostrou quem é na entrega do Oscar deste ano. A caminho do palco
para receber a estatueta de melhor
documentário, por "Tiros em Columbine", ele acenou para que a
platéia ficasse de pé. Todo mundo
pensou que estava levantando para protestar contra a fixação dos
americanos pelas armas de fogo,
tema do documentário premiado.
Mas não. Quando chegou ao microfone, Moore nem sequer mencionou o seu documentário ou criticou o excesso de armas vendidas
em seu país. Ele preferiu atacar
Bush, despejando um panelão de
chavões infantilóides sobre o público. Não é à toa que a direita linha-dura domina com facilidade
a opinião pública nos EUA. Com
uma oposição irresponsável como
a exercida por Stone e Moore,
Bush pode deitar e rolar.
Em Paulínia (SP), uma criança é festejada quando deveria ser
motivo de preocupação de assistentes sociais. Depois da morte de
Ayrton Senna, um fã resolveu homenageá-lo de forma bizarra. Decidiu que seu filho seria o novo
Senna. Para tanto, batizou o rebento com o mesmo nome e sobrenome do campeão e o colocou para correr de kart. Aos cinco anos, o
"novo Senna" já foi o quarto colocado em um campeonato e o segundo em outro.
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