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MINAS GERAIS
Rebelião continuava ontem em penitenciária de segurança máxima de Contagem, onde detentos mantinham cinco reféns
Deputados descobrem rede de prostituição em presídio
THIAGO GUIMARÃES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
Comissão de Segurança Pública
da Assembléia Legislativa de Minas Gerais constatou que existia
uma rede de prostituição na penitenciária de segurança máxima
Nelson Hungria, em Contagem
(MG). De acordo com relatório da
comissão, os internos presenciavam shows de striptease e tinham,
entre pertences, microondas e
aparelhos de som.
Até o fechamento desta edição,
seguia a rebelião no pavilhão dois
da penitenciária Nelson Hungria.
Cerca de cem presos mantinham
quatro agentes penitenciários e o
vice-diretor de segurança como
reféns. Eles pedem a revisão de
penas e a volta de privilégios cortados pela nova direção do presídio, como banhos de sol mais longos e a pernoite de visitas no fim
de semana.
No início da noite de ontem, um
segundo foco de rebelião -no
pavilhão 10- foi controlado. Policiais do Gate (Grupo de Ações
Táticas Especiais) e do batalhão
de choque invadiram o local. Segundo o major Zoé Ferreira, quatro agentes e quatro presos ficaram feridos.
No pavilhão dois, segundo a polícia, as negociações seriam interrompidas antes do início da madrugada. A polícia tentava trocar
dois reféns por um preso que teve
fratura exposta ao cair do telhado
do pavilhão. Havia um impasse,
porque os presos queriam libertar
apenas um refém.
As irregularidades na penitenciária estão sendo investigadas
desde 23 de março, quando oito
presos fugiram.
Três dias depois, uma busca da
PM nos pavilhões da Nelson
Hungria apreendeu, entre outros
itens, uma piscina plástica, microondas, televisores, aparelhos
de som, aparelho de DVD, freezers com refrigerantes e carne,
churrasqueiras, bicicletas, um revólver, facas e barras de ferro.
Em depoimento, agentes penitenciários revelaram o envolvimento da diretoria do presídio
com os traficantes Rogério Amaral dos Santos, o Rogerão, Roni
Peixoto e Roberto Leal, os três ligados ao traficante Fernandinho
Beira-Mar. De acordo com o relatório, o trio -ao lado de outros
três presos- detém "controle total" sobre a instituição.
Em outro trecho, o documento
detalha uma rede de prostituição
na penitenciária.
Segundo o subsecretário de Administração Penitenciária de Minas Gerais, Agílio Monteiro, a situação na Nelson Hungria "não é
segredo para ninguém".
Monteiro afirmou que a atual
administração assumiu com o
quadro de irregularidades já configurado. Não houve sucesso na
tentativa de contatar o diretor-geral da penitenciária, coronel Alvenir José da Silva. As informações
eram de que ele estava negociando com os amotinados e não poderia atender a reportagem.
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