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São Paulo, sexta-feira, 23 de maio de 2003

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TRANSPORTE

Valor foi informado ao Ministério Público Estadual, que agora quer saber de que forma o dinheiro foi gasto

SPTrans injetou R$ 74 mi em viações falidas

DO "AGORA"

A Prefeitura de São Paulo injetou aproximadamente R$ 74 milhões em empresas de ônibus falidas. O montante foi gasto de junho de 2002 até abril deste ano em seis viações que passaram por intervenção e acabaram descredenciadas do sistema, no mês passado, por irregularidades.
Até agora, porém, a administração municipal ainda não esclareceu em que tipo de serviço e compra esses recursos foram gastos nas empresas.
As cifras constam de uma planilha que o Ministério Público Estadual recebeu da própria SPTrans (empresa que gerencia o sistema de transportes na capital). Ela integra o inquérito que investiga a aplicação desses recursos.
Até ontem, divulgava-se que o gasto teria sido de aproximadamente R$ 46,6 milhões. O montante, no entanto, inclui somente o que foi desembolsado até dezembro de 2002.
A viação Cidade Tiradentes -cujo proprietário, Samy Jaroviski, está preso sob acusação de estelionato e desvio de empréstimos públicos e privados- foi a que recebeu o maior aporte: R$ 21,8 milhões.

Denúncias
Já surgiram denúncias de irregularidades na forma como o dinheiro injetado pela prefeitura foi gasto. Em depoimento à Justiça, Marcos Cândido da Silva, que era diretor da Cidade Tiradentes e também foi preso por estelionato, afirmou que parte desse dinheiro, R$ 600 mil, foi usado para comprar votos de vereadores na eleição do presidente da Câmara Municipal, Arselino Tatto (PT). O petista nega as acusações.
Hoje, no fórum Barra Funda, está marcada uma audiência na qual serão ouvidas testemunhas de acusação no processo em que Samy Jaroviski é acusado de estelionato, formação de quadrilha e falsidade ideológica.
Além disso, vence também o prazo estabelecido pelo Ministério Público para que a SPTrans explique em que foram gastos os R$ 74 milhões durante o período em que o poder público comandou as viações. A administração diz que o prazo será cumprido.


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