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Testemunhas de suposto esquema de propina foram ameaçadas, diz PF
PALOMA COTES
DA REPORTAGEM LOCAL
Quatro testemunhas da Polícia
Federal sofreram ameaças de
morte anteontem. São ex-sindicalistas que estão colaborando na
investigação sobre suposto esquema de propina envolvendo patrões e a diretoria do sindicato dos
motoristas e cobradores de São
Paulo para a realização de greves.
A informação foi dada pelo delegado da PF Nivaldo Bernardi,
que preside o inquérito. Segundo
ele, dois ex-sindicalistas teriam sido ameaçados por telefone e outros dois, pessoalmente, durante
uma assembléia no prédio do sindicato. "Sentença de traidor é a
morte. Essa é a frase que eles estariam usando para intimidar", disse o delegado.
Júlio César Neves, advogado do
sindicato, disse não saber nada
sobre as ameaças e voltou a reclamar do fato de os advogados não
terem acesso ao inquérito. Os presos foram indiciados por formação de quadrilha, desobediência a
ordem judicial, paralisação de trabalho seguida de violência, paralisação de trabalho de interesse coletivo, frustração de direitos trabalhistas e dano ao patrimônio.
A Folha procurou o sindicato
ontem, mas ninguém foi encontrado. Os ex-sindicalistas estariam depondo durante a madrugada na Superintendência da PF e
têm os nomes mantidos em sigilo.
Engano
Ontem, a PM prendeu, por engano, Clemente Aparecido Camargo, membro da diretoria de
base do sindicato. Ele disse que
também vem sofrendo ameaças.
Ontem, a PF começou devassa
em oito empresas que estariam
em nome de "laranjas". A PF também pedirá a prorrogação da prisão temporária dos 15 sindicalistas presos -o prazo vence hoje.
O mesmo será feito pelo Ministério Público Federal, que protocolou ontem pedido de quebra do
sigilo bancário de 14 sindicalistas.
Ontem, José Domingos da Silva,
o Dominguinhos, se entregou e
negou ligação com esquemas de
propina. Ele já havia sido acusado
de ter recebido, em agosto de
2002, R$ 3.000 da viação Cidade
Tiradentes. Só José Valdevan de
Jesus, o Noventa, secretário-geral
do sindicato, continua foragido.
Segurança
Segundo outra denúncia, feita
ontem à reportagem por uma testemunha ameaçada, donos de
viações teriam pago para os funcionários responsáveis pela segurança dos colegas -os "cipeiros",
que integram a Cipa (Comissão
Interna de Prevenção de Acidentes)- faltarem ao trabalho, permitindo que ônibus sem condições circulem, garantindo o cumprimento das metas de frota da
prefeitura.
Colaborou o "Agora"
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