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São Paulo, sexta-feira, 23 de maio de 2003

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RIO

Secretário disse ter aberto inquérito para que oficial apresente provas de acusações

Garotinho vê "política" em ato de PM

DA SUCURSAL DO RIO

Em sua primeira entrevista sobre o caso do tenente-coronel Erir Ribeiro da Costa Filho, o secretário de Segurança do Rio, Anthony Garotinho, afirmou que há interesses políticos na acusação feita pelo oficial de que o secretário estadual de Esportes, Francisco de Carvalho, o Chiquinho da Mangueira, teria pedido à PM (Polícia Militar) o fim da repressão ao tráfico de drogas no morro da Mangueira (zona norte).
Costa Filho fez as acusações na terça-feira, na cerimônia de troca de comando do 4º BPM (Batalhão da Polícia Militar). Ele foi afastado do comando em 26 de abril, após Garotinho assumir a secretaria.
Garotinho não citou os políticos que estariam interessados em "transformar um ato de rotina em um fato político".
Ele afirmou que instaurou inquérito para que o coronel apresente provas das acusações. Disse também que Costa Filho responderá administrativamente por uma "série de atitudes que são incompatíveis com o regulamento da PM". O inquérito será conduzido pelo chefe de gabinete da Polícia Civil, Paulo Passos.
De acordo com Garotinho, o tenente-coronel pode ter mentido, ter promovido a discórdia ou não ter cumprido ordens, entre outras atitudes condenadas pelo regulamento da corporação.
O comandante-geral da PM, coronel Renato Hottz, disse que Costa Filho só será preso caso a sindicância administrativa da corregedoria da corporação aponte irregularidades.
Costa Filho prestou depoimento ontem. Ele foi questionado sobre o vazamento do ofício, que consta no boletim interno da PM do dia 17 de janeiro, em que acusa Chiquinho de conivência com o tráfico de drogas. A Folha apurou que o oficial disse não saber quem vazou o conteúdo do documento.
Garotinho defendeu o secretário de Esportes. "Se ele [Costa Filho] apresentar provas, elas serão encaminhadas à Justiça. Mas não podemos fazer prejulgamento."
Segundo Garotinho, os únicos documentos que a secretaria tem confirmam a versão de Chiquinho. Ele apresentou um ofício de 24 de fevereiro em que Chiquinho pede ao juiz Siro Darlan para que a PM não realize operações na hora de saída e entrada de crianças em escolas da Mangueira.
Chiquinho da Mangueira entrou na Justiça ontem contra Costa Filho. Na primeira ação, acusa o oficial de calúnia e difamação. Na segunda, ele pede ressarcimento por danos morais.


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