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RIO
Secretário disse ter aberto inquérito para que oficial apresente provas de acusações
Garotinho vê "política" em ato de PM
DA SUCURSAL DO RIO
Em sua primeira entrevista sobre o caso do tenente-coronel Erir
Ribeiro da Costa Filho, o secretário de Segurança do Rio, Anthony
Garotinho, afirmou que há interesses políticos na acusação feita
pelo oficial de que o secretário estadual de Esportes, Francisco de
Carvalho, o Chiquinho da Mangueira, teria pedido à PM (Polícia
Militar) o fim da repressão ao tráfico de drogas no morro da Mangueira (zona norte).
Costa Filho fez as acusações na
terça-feira, na cerimônia de troca
de comando do 4º BPM (Batalhão
da Polícia Militar). Ele foi afastado
do comando em 26 de abril, após
Garotinho assumir a secretaria.
Garotinho não citou os políticos
que estariam interessados em
"transformar um ato de rotina em
um fato político".
Ele afirmou que instaurou inquérito para que o coronel apresente provas das acusações. Disse
também que Costa Filho responderá administrativamente por
uma "série de atitudes que são incompatíveis com o regulamento
da PM". O inquérito será conduzido pelo chefe de gabinete da Polícia Civil, Paulo Passos.
De acordo com Garotinho, o tenente-coronel pode ter mentido,
ter promovido a discórdia ou não
ter cumprido ordens, entre outras
atitudes condenadas pelo regulamento da corporação.
O comandante-geral da PM, coronel Renato Hottz, disse que
Costa Filho só será preso caso a
sindicância administrativa da
corregedoria da corporação
aponte irregularidades.
Costa Filho prestou depoimento ontem. Ele foi questionado sobre o vazamento do ofício, que
consta no boletim interno da PM
do dia 17 de janeiro, em que acusa
Chiquinho de conivência com o
tráfico de drogas. A Folha apurou
que o oficial disse não saber quem
vazou o conteúdo do documento.
Garotinho defendeu o secretário de Esportes. "Se ele [Costa Filho] apresentar provas, elas serão
encaminhadas à Justiça. Mas não
podemos fazer prejulgamento."
Segundo Garotinho, os únicos
documentos que a secretaria tem
confirmam a versão de Chiquinho. Ele apresentou um ofício de
24 de fevereiro em que Chiquinho
pede ao juiz Siro Darlan para que
a PM não realize operações na hora de saída e entrada de crianças
em escolas da Mangueira.
Chiquinho da Mangueira entrou na Justiça ontem contra Costa Filho. Na primeira ação, acusa o
oficial de calúnia e difamação. Na
segunda, ele pede ressarcimento
por danos morais.
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