São Paulo, domingo, 23 de maio de 2004

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Informação e "bolso" evitam desperdício coletivo

DA REPORTAGEM LOCAL

Os brasileiros podem não ser consumidores 100% responsáveis, mas estão sensibilizados para o tema. Como fazer, então, para transformar a sensibilidade em prática? Modelos que possam ser imitados, informação e o apelo ao bolso são estratégias de conscientização, diz Helio Mattar, diretor-presidente do Instituto Akatu.
Leia trecho da entrevista que Mattar concedeu à Folha. (MV)

 

Folha - Os resultados da pesquisa chegaram a surpreender?
Helio Mattar -
O que me pareceu mais surpreendente é que a soma entre conscientes e comprometidos chega a 43% da população. Na medida em que comprometidos já são aqueles que adotam de oito a dez comportamentos, não é uma coisa trivial.

Folha - O que o resultado mostra?
Mattar -
É possível que tenha ocorrido uma certa mentirinha [nas respostas às perguntas], mas não há dúvida nenhuma de que as pessoas estão mais sensíveis às questões ambientais e sociais.

Folha - Era de se esperar que a renda e o nível educacional fossem mais altos entre os conscientes?
Mattar -
Era de se esperar, na medida em que a consciência é um produto da informação e da capacidade de reflexão. Na medida em que a pessoa tem um nível educacional mais elevado, ela tende a ser mais consciente.

Folha - O que se deve fazer para formar um consumidor consciente?
Mattar -
A primeira parte dessa resposta vem com os comportamentos de eficiência [desligar a luz ao sair de um cômodo, por exemplo]. Se há um esforço da mídia no sentido de sensibilizar as pessoas, elas mudam seu comportamento. Uma outra forma é trabalhar os líderes e formadores de opinião. Mas ressalto também o papel da informação.

Folha - O bolso pesa?
Mattar -
Com certeza o bolso pesa. Quando você começa a fazer, é para economizar dinheiro, mas, ao longo do tempo, você percebe que o benefício mesmo é evitar o desperdício coletivo.

Folha - Por que é importante ser um consumidor consciente?
Mattar -
Porque os padrões de consumo atuais não são sustentáveis. Se todo o mundo consumisse como os norte-americanos e os europeus, nós precisaríamos de quatro planetas.


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