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Projeto de controle está emperrado desde 93
da Reportagem Local
O Dia Nacional da Mata Atlântica, marcado para a próxima quarta-feira, dia 27 de maio, não será
motivo de comemoração para os
ambientalistas brasileiros.
Por causa de desavenças políticas, o projeto de lei que deve estabelecer mecanismos eficientes de
controle e fiscalização e nortear o
desenvolvimento sustentável de
regiões ainda preservadas com
mata nativa no país permanece
emperrado no Congresso Nacional desde 1993.
A proposta inicial, do então deputado federal Fábio Feldmann
(PSDB), prevê restrições para a
realização de empreendimentos
em áreas de mata atlântica (só seriam permitidos em áreas já degradadas), define relações com os
pequenos produtores rurais e estabelece novos critérios, mais flexíveis, de manejo seletivo.
Hoje, a legislação nacional sobre
mata atlântica segue o decreto 750,
assinado pelo então presidente
Itamar Franco, que não permite
nenhum tipo de extrativismo.
Ambientalistas dizem que a legislação atual é dura demais, não é
respeitada, e a fiscalização é precária. O projeto de lei que tramita em
Brasília prevê a possibilidade de
extração pela população local,
sem prejuízo para a região.
No ano passado, o deputado
Paulo Bornhausen (PFL-SC) tentou modificar o projeto, transferindo para os municípios a responsabilidade pela mata atlântica
de sua região.
"Seria a pena de morte para a
mata, mas conseguimos derrubar
essa proposta", diz o deputado
Luciano Zica (PT-SP), autor de
projeto substitutivo que hoje tramita no Congresso.
Dias depois de ter sua proposta
aprovada, Bornhausen voltou
atrás e admitiu rever a municipalização da mata.
Em março deste ano, o projeto
de Feldmann, amplamente discutido com ambientalistas e órgãos
de governo, estava pronto para ser
votado. Mas integrantes da bancada ruralista impuseram obstáculos. Temendo que o projeto fosse
derrotado, os autores retiraram o
pedido de urgência para a votação.
Junto a cerca de 130 entidades
que compõem a rede de ONGs da
mata atlântica, Zica quer mobilizar a sociedade e os políticos para
votar o projeto em julho. "Na véspera da eleição, será impossível."
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