São Paulo, sábado, 23 de maio de 1998

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Servidores da Saúde exigem pagamento de salário e vales-transporte na segunda-feira
Polícia prende 1 em protesto no Rio

da enviada especial ao Rio

Uma pessoa foi presa e dois carros bateram ontem na Linha Vermelha (zona norte do Rio), durante protesto dos servidores do hospital da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).
A manifestação começou às 12h, com a participação de cerca de 300 pessoas, segundo a Polícia Militar, que protestavam contra a decisão do ministro Paulo Renato Souza (Educação) de não pagar os salários dos servidores.
Os funcionários do hospital tentaram bloquear uma das pistas da Linha Vermelha. A polícia impediu que eles fechassem o trânsito e tentou fazer com que o protesto se limitasse à calçada.
Por várias vezes os manifestantes furaram o cordão feito por policiais e, com galhos de árvores, pedras e barreiras humanas, conseguiram bloquear o trânsito por alguns minutos.
Estudantes da UFRJ que protestavam contra a demora na nomeação de Aloísio Teixeira, eleito reitor da universidade, aderiram ao protesto.
Gilberto de Lima Abade, funcionário do banco de sangue do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, foi preso por desobediência à autoridade.
Um Omega que freou bruscamente por causa de uma pedra colocada na pista pelos manifestantes foi atingido na traseira por um Versailles. Os dois carros tiveram as lanternas quebradas.
A polícia conseguiu tirar os manifestantes da pista, mas eles voltaram a fechar outra pista.
A atitude se repetiu várias vezes e o tumulto ficou maior quando a polícia prendeu Gilberto de Lima Abade, que mais tarde foi libertado. Os manifestantes cercaram os policiais e tentaram impedir a prisão.
Os policiais colocaram Abade em um táxi e os manifestantes cercaram o veículo por cinco minutos, gritando "solta, solta".
O protesto terminou às 14h, mas os manifestantes prometeram realizar novo ato na terça.
Segundo Marcílio Lourenço Araújo, um dos organizadores, a partir de segunda, se o ministro mantiver a decisão de não pagar os salários e os vales-transporte, os servidores do hospital começarão a trabalhar em sistema de plantão.
Os estudantes da UFRJ vão fazer assembléia hoje. Eles estão acampados na reitoria desde anteontem e prometem não sair enquanto o Ministério da Educação não nomear Aloísio Teixeira reitor.



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