São Paulo, terça-feira, 23 de junho de 2009

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DIVERSIDADE RACIAL

Ex-modelo negra aquece discussão sobre diversidade racial

GUSTAVO FIORATTI
DA REPORTAGEM LOCAL

O espaço destinado aos negros nos desfiles de moda não é questão particular da SPFW. O tópico tem sido levantado no circuito internacional da moda.
Um dos pivôs da defesa da "diversidade racial" nas passarelas é a ex-modelo negra americana Bethann Hardison, que falou à Folha por e-mail. Empresária e produtora em Nova York, hoje ela lidera uma série de ações para a inclusão dos negros nos desfiles, como seminários e a produção de um documentário, "Invisible Beauty" (beleza invisível).

 

FOLHA - Do que trata o seu documentário "Invisible Beauty"?
BETHANN HARDISON
- É um filme que conta a história dos modelos negros nos EUA, principalmente. São histórias glamourosas e algumas nem tanto assim. Num breve resumo, o documentário fala sobre a contribuição dos negros à moda e como eles desapareceram das passarelas e das revistas depois dos anos 80 e 90.

FOLHA - Como você vê a recomendação de um mínimo de 10% de negros em desfiles da SPFW?
HARDISON
- Se tem de ser assim, que assim seja. Dez por cento é melhor do que zero. Fico feliz pelos afrodescendentes brasileiros que querem ser modelos.

FOLHA - Quais são os principais focos dessa questão racial dentro da moda no mundo?
HARDISON
- Em Nova York, eu realizei uma conferência sobre o assunto em setembro de 2007. Outras três foram realizadas em 2008. O assunto foi tratado internacionalmente. E essas discussões encorajaram, por exemplo, a edição especial de julho de 2008 da "Vogue" italiana, com modelos negros.

FOLHA - Quais são os resultados?
HARDISON
- As agências de modelos agora se sentem apoiadas para poderem lançar modelos negros no mercado. Os organizadores de casting não dizem mais "não" aos "étnicos".


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