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DIVERSIDADE RACIAL
Ex-modelo negra aquece discussão sobre diversidade racial
GUSTAVO FIORATTI
DA REPORTAGEM LOCAL
O espaço destinado aos negros nos desfiles de moda não é
questão particular da SPFW. O
tópico tem sido levantado no
circuito internacional da moda.
Um dos pivôs da defesa da "diversidade racial" nas passarelas
é a ex-modelo negra americana
Bethann Hardison, que falou à
Folha por e-mail. Empresária e
produtora em Nova York, hoje
ela lidera uma série de ações
para a inclusão dos negros nos
desfiles, como seminários e a
produção de um documentário,
"Invisible Beauty" (beleza invisível).
FOLHA - Do que trata o seu documentário "Invisible Beauty"?
BETHANN HARDISON - É um filme
que conta a história dos modelos negros nos EUA, principalmente. São histórias glamourosas e algumas nem tanto assim.
Num breve resumo, o documentário fala sobre a contribuição dos negros à moda e como eles desapareceram das
passarelas e das revistas depois
dos anos 80 e 90.
FOLHA - Como você vê a recomendação de um mínimo de 10% de negros em desfiles da SPFW?
HARDISON - Se tem de ser assim,
que assim seja. Dez por cento é
melhor do que zero. Fico feliz
pelos afrodescendentes brasileiros que querem ser modelos.
FOLHA - Quais são os principais focos dessa questão racial dentro da
moda no mundo?
HARDISON - Em Nova York, eu
realizei uma conferência sobre
o assunto em setembro de
2007. Outras três foram realizadas em 2008. O assunto foi
tratado internacionalmente. E
essas discussões encorajaram,
por exemplo, a edição especial
de julho de 2008 da "Vogue"
italiana, com modelos negros.
FOLHA - Quais são os resultados?
HARDISON - As agências de modelos agora se sentem apoiadas
para poderem lançar modelos
negros no mercado. Os organizadores de casting não dizem
mais "não" aos "étnicos".
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