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Venda do Speedy só será suspensa hoje
Telefônica alegou que publicação no "Diário Oficial" não vale como notificação e só anunciou suspensão de vendas após as 18h
Presidente da empresa disse que a punição não garante que o serviço vá melhorar e atribuiu problemas ao uso intensivo pelos usuários
HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Apesar da proibição da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), a Telefônica
manteve ontem a venda do
Speedy (acesso à internet em
alta velocidade).
Só no final da tarde a empresa anunciou que a venda seria
suspensa a partir da 0h de hoje
nas centrais de atendimento
-nos demais meios de venda, a
suspensão acontecerá "no menor prazo possível", segundo
nota da empresa.
Inicialmente, a Telefônica
alegou que a publicação da
proibição no "Diário Oficial" da
União de ontem não valia como
notificação e que, por isso, as
vendas estavam mantidas.
Em nota divulgada após as
18h30, a empresa informou que
"tomou conhecimento (...) por
meio de publicação no "Diário
Oficial" da União, de despacho
da Agência Nacional de Telecomunicações" e que solicitou
acesso ao processo.
Segundo a nota, "por volta
das 18h a Telefônica recebeu
notificação da Anatel contendo
o teor integral do despacho".
Até o início da tarde, a assessoria de imprensa da Anatel informava que bastava a publicação no "Diário Oficial" para que
a empresa fosse notificada. Depois, a agência reguladora não
respondeu se irá punir a empresa pelas vendas de ontem.
Presidente da Comissão de
Defesa do Consumidor da
OAB-SP, José Eduardo Tavolieri de Oliveira disse que, se a
decisão está no "Diário Oficial",
"a parte está notificada".
A Telefônica pedirá a suspensão da medida. O Speedy
tem atualmente 2,6 milhões de
assinaturas e representa cerca
de 30% do faturamento.
Em Brasília
Antônio Carlos Valente, presidente da Telefônica, disse que
os problemas técnicos enfrentados pela empresa -quatro
em menos de 12 meses, segundo ele- não justificam a suspensão da venda do Speedy.
Segundo Valente, o volume
de tráfego de dados aumenta de
maneira muito mais rápida do
que o de novos usuários. Isso,
segundo ele, acontece porque
os usuários fazem uso cada vez
mais intenso do sistema, baixando arquivos de som, vídeos,
filmes, assistindo TV. "Ainda
que a venda seja impedida, essa
não é uma garantia de que alguma coisa vá melhorar", disse.
Valente esteve com o ministro Hélio Costa (Comunicações) e com Ronaldo Sardenberg, presidente da Anatel.
Ele afirmou que a punição
pode causar 20 mil demissões.
"O grande prejuízo que nós vemos é em relação aos clientes
do Estado de São Paulo, principalmente os que não têm outra
opção [além da Telefônica] e
estejam incluídos nas classes C
e D", disse Valente.
Costa afirmou ser contra a
decisão da Anatel de suspender
a venda do Speedy. "Minha
preocupação é com o usuário.
Sou a favor de uma punição que
atinja só a empresa. Sou a favor
de uma multa", disse.
Colaborou a Reportagem Local
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