São Paulo, domingo, 23 de julho de 2000


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MEIO AMBIENTE
Vazamento de gás letal e parada de emergência no setor de transformação do óleo agitaram trabalhos
Dia de refinaria teve outros incidentes

DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA

A Repar (Refinaria Presidente Getúlio Vargas), em Araucária (PR), começou com um dia conturbado no domingo em que provocou o maior acidente ambiental da história do Paraná.
Às 10h30, o vazamento de um gás letal da Ultrafertil, empresa que faz divisa com área da Repar, contaminou levemente três petroleiros perto da área sul da refinaria, onde às 15h15 o óleo começaria a jorrar com a quebra da junta de expansão, uma peça sanfonada de quase um metro de altura por 50 cm de diâmetro.
O comentário sobre o vazamento de H2S, gás sulfídrico, deixou a equipe que trabalha na operação receosa de contaminação. "Isso conturbou o ambiente. Os comentários de que o gás pode matar provocou medo nos funcionários", afirmou o presidente do Sindicato dos Petroleiros do Paraná, Helio Luiz Seidel.
Meia hora depois do incidente com o vazamento de gás, o setor de desasfaltação, onde o óleo combustível é transformado em combustível mais refinado, como o óleo diesel, sofreu uma parada de emergência.
A parada de emergência é um ponto crítico em que pode acontecer uma explosão, acidentes de grandes proporções. Três funcionários que estavam de folga tiveram de ser buscados em casa para ajudar nos trabalhos.
Às 15h, quando o vazamento dos 4 milhões de litros de óleo já tinha sido identificado, uma nova anormalidade sobrecarregou a equipe de cerca de 50 pessoas que tocavam a operação da refinaria naquele dia.
A quebra da caldeira GV-506, que é uma das duas casas de força que fornecem energia para a refinaria, deixou os funcionários de plantão diante de mais uma situação de emergência.
A Copel (Companhia de Energia Elétrica do Paraná) teve de ser acionada para suprir a falta de energia. Até anteontem, a caldeira não havia sido reativada, de acordo com informações obtidas pelo sindicato.
Cinco equipes com até 50 pessoas se revezam na operação da refinaria durante sete dias por semana. Para o sindicato, se o acidente ocorresse entre segunda-feira e sexta-feira possivelmente seria percebido mais rápido do que as duas horas que levou para ser descoberto no domingo.
"O pessoal da administração é treinado para ajudar na operação em situações de emergência. Além disso, há mais gente circulando pela área da refinaria, então acredito que teria sido detectado mais facilmente", disse. (WO)


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