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Invasores dizem que vão resistir
CHICO DE GOIS
DA REPORTAGEM LOCAL
O Movimento Sem-Teto do
Centro (MSTC) promete resistir à
possível ordem de reintegração
de posse contra qualquer um dos
quatro edifícios da região central
da cidade de São Paulo que foram
invadidos anteontem. "Vamos
tentar não sair", disse Ivaneti de
Araújo, 30, líder do MSTC. "Não
estamos pedindo esmola."
Na madrugada de anteontem,
cerca de 3.100 sem-teto ocuparam
quatro prédios particulares (três
vazios e um habitado) que estavam à venda. A intenção é pressionar os representantes da prefeitura, Estado e União a fim de
obter financiamento público para
adquirir os edifícios e se instalar
definitivamente neles ou em outras áreas da cidade.
Um dos prédios ocupados pelos
sem-teto fica na av. Brigadeiro
Luís Antônio e pertence à UniFMU (Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas), que pretende construir no
local um centro de pós-graduação
e um teatro com capacidade para
1.500 pessoas. Ontem à tarde, advogados da UniFMU entraram
com pedido de reintegração.
O advogado do MSTC, Manoel
Del Rio, admitiu que a negociação
com a UniFMU deverá "ser mais
difícil, até porque o movimento
não sabia que o edifício pertencia
à universidade".
Del Rio afirmou que pediu uma
audiência com o secretário municipal de Habitação, Paulo Teixeira. O advogado quer que a secretaria atue na intermediação da negociação entre os sem-teto e os
proprietários dos imóveis. Ontem, o secretário participava da
abertura da Urbis (Feira e Congresso Internacional de Cidades)
e não pode atendê-los.
Segundo Del Rio, a liderança do
movimento e o proprietário do
edifício da rua Aurora, ocupado
por 500 pessoas, reúnem-se hoje.
No prédio da rua Mauá, o movimento vai pedir a presença de um
arquiteto para avaliar as condições estruturais do imóvel. O proprietário, Mário Lobo Yaakov
Sznifer, disse que sua família tem
interesse em vender o prédio, avaliado em R$ 5 milhões.
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