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Policial civil mata dona de casa com bebê no colo
Tiro foi disparado durante falsa operação policial no Jardim Mitsutani (zona sul)
Alfred Stapf, 46, que estava em férias, e Alex Sander Pedroni, 35, foram presos; são suspeitos de tentar extorquir dinheiro de comerciante
ANDRÉ CARAMANTE
DA REPORTAGEM LOCAL
Com o filho de um ano e dez
meses nos braços, Edinalva Oliveira da Silva, 30, foi morta com
um tiro no coração às 21h de
anteontem. O bebê teve os ossos da perna direita destruídos
e está na UTI de um hospital da
zona sul de São Paulo. Ele não
corre risco de morte. O tiro que
atingiu mãe e filho foi disparado por um policial civil.
O caso fez com que a Corregedoria da Polícia Civil prendesse o investigador Alfred
Stapf, 46, e o auxiliar de papiloscopia Alex Sander Pedroni,
35. Eles são acusados de homicídio com dolo eventual -ao
assumirem o risco de matar.
Eles estavam numa falsa operação policial no Jardim Mitsutani (zona sul), onde a dona de
casa Edinalva vivia com o bebê,
uma filha de oito anos e o marido. Stapf está oficialmente em
férias e Pedroni é de uma delegacia de Diadema (ABC).
Eles estavam em um Santana
prata, com placas frias, descaracterizado, que pertence à polícia e que foi retirado ilegalmente pelo investigador da delegacia onde ele trabalha, a 6ª
Seccional Sul. Eles usavam pistolas .40, também do Estado.
"A rua estava cheia de crianças e de trabalhadores que voltavam para casa. De repente,
ouvimos o tiro. Na sequência, a
avó do bebê desceu a rua com
ele no colo, já baleado, e gritando por socorro para a filha dela.
Os policiais jogaram os três na
viatura fria e sumiram. Depois
soubemos da morte da Edinalva", disse Jardel Oliveira Sanches, 51, tia da vítima.
A suspeita da corregedoria é
que os policiais iriam extorquir
dinheiro do dono de um mercado. No bairro, moradores disseram que os policiais são tidos
como o "outro PCC", "os policiais civis corruptos".
A corregedoria diz saber que
os policiais iam ao bairro sempre e, para intimidar jovens supostamente ligados ao tráfico
de drogas, davam tiros.
Duas testemunhas disseram
ter visto Stapf atirar.
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