São Paulo, quinta-feira, 23 de julho de 2009

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Policial civil mata dona de casa com bebê no colo

Tiro foi disparado durante falsa operação policial no Jardim Mitsutani (zona sul)

Alfred Stapf, 46, que estava em férias, e Alex Sander Pedroni, 35, foram presos; são suspeitos de tentar extorquir dinheiro de comerciante

ANDRÉ CARAMANTE
DA REPORTAGEM LOCAL

Com o filho de um ano e dez meses nos braços, Edinalva Oliveira da Silva, 30, foi morta com um tiro no coração às 21h de anteontem. O bebê teve os ossos da perna direita destruídos e está na UTI de um hospital da zona sul de São Paulo. Ele não corre risco de morte. O tiro que atingiu mãe e filho foi disparado por um policial civil.
O caso fez com que a Corregedoria da Polícia Civil prendesse o investigador Alfred Stapf, 46, e o auxiliar de papiloscopia Alex Sander Pedroni, 35. Eles são acusados de homicídio com dolo eventual -ao assumirem o risco de matar.
Eles estavam numa falsa operação policial no Jardim Mitsutani (zona sul), onde a dona de casa Edinalva vivia com o bebê, uma filha de oito anos e o marido. Stapf está oficialmente em férias e Pedroni é de uma delegacia de Diadema (ABC).
Eles estavam em um Santana prata, com placas frias, descaracterizado, que pertence à polícia e que foi retirado ilegalmente pelo investigador da delegacia onde ele trabalha, a 6ª Seccional Sul. Eles usavam pistolas .40, também do Estado.
"A rua estava cheia de crianças e de trabalhadores que voltavam para casa. De repente, ouvimos o tiro. Na sequência, a avó do bebê desceu a rua com ele no colo, já baleado, e gritando por socorro para a filha dela. Os policiais jogaram os três na viatura fria e sumiram. Depois soubemos da morte da Edinalva", disse Jardel Oliveira Sanches, 51, tia da vítima.
A suspeita da corregedoria é que os policiais iriam extorquir dinheiro do dono de um mercado. No bairro, moradores disseram que os policiais são tidos como o "outro PCC", "os policiais civis corruptos".
A corregedoria diz saber que os policiais iam ao bairro sempre e, para intimidar jovens supostamente ligados ao tráfico de drogas, davam tiros.
Duas testemunhas disseram ter visto Stapf atirar.


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