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ADMINISTRAÇÃO
Até agora, só 3,96% dos recursos foram desembolsados, pouco mais do que o despendido com publicidade
Marta não cumprirá meta na área social
CHICO DE GOIS
DA REPORTAGEM LOCAL
A Prefeitura de São Paulo não
deverá gastar, este ano, os recursos que tem disponível para seus
quatro principais programas sociais -Renda Mínima, Bolsa Trabalho, Começar de Novo e Banco
do Povo. Esses projetos foram as
principais promessas de Marta
Suplicy (PT) durante sua campanha à prefeitura no ano passado.
Dos R$ 67 milhões reservados
no Orçamento, faltando pouco
mais de quatro meses para o fim
do ano, somente 3,96% dos recursos (R$ 2,6 milhões) foram efetivamente gastos.
O valor despendido até agora é
pouco mais do que o gasto com a
propaganda dos próprios projetos, que começou a ser veiculada
dez dias atrás na TV.
Nessa campanha publicitária,
serão gastos R$ 2,4 milhões por
580 inserções em rádio e 300 em
emissoras de TV em 20 dias. Neste ano, a prefeitura já gastou R$
8,5 milhões em publicidade. O orçamento para essa atividade é de
R$ 19,7 milhões.
O secretário municipal de Desenvolvimento, Trabalho e Solidariedade, Márcio Pochmann,
que coordena os programas, confirmou que não deverá ter tempo
hábil para a utilização de todos os
recursos, mas disse que irá atingir
a meta de atender 60 mil famílias
somente com o Renda Mínima.
"Ainda não sabemos. A reserva
desses recursos foi feita por conta
das dotações orçamentárias existentes. O fato de não gastarmos os
R$ 41 milhões no Renda Mínima
não significa que não gastaremos
em outras atividades. Não tínhamos essa dimensão, que passamos a ter no segundo semestre."
Cadastramento
O cadastramento do Renda Mínima começou em 10 de abril,
mas o primeiro pagamento ocorreu apenas três meses depois, em
13 de julho, com 30 dias de atraso.
De acordo com dados da secretaria de Pochmann, 7.725 famílias
do Capão Redondo (zona sul) e
de Lajeado (zona leste) foram beneficiadas. Segundo informações
do gabinete do vereador Roberto
Trípoli (PSDB), eles receberam
R$ 1,8 milhão. Os dados foram extraídos ontem do Sistema de Execução Orçamentária da Câmara
Municipal de São Paulo.
Do cadastramento ao recebimento do dinheiro são gastos dois
meses. Segundo Pochmann, já foram concluídas as inscrições em
Brasilândia (zona norte) e Grajaú
(zona sul). O pagamento deve começar no próximo mês.
No total, foram inscritas 22.868
famílias, mas nem todas serão beneficiadas. No Capão Redondo e
em Lajeado, das 19.451 famílias
que fizeram a inscrição, 11.482 foram selecionadas, mas somente
7.725 receberam os recursos.
Atualmente, o cadastramento
para o Renda Mínima acontece
em Cidade Tiradentes, Jardim
Ângela e Anhanguera. A próxima
fase atingirá Parelheiros, Campo
Limpo e Jardim Iguatemi.
Outros programas
Mesmo sem gastar a verba disponível para os programas prometidos, a prefeitura já planeja o
lançamento de outros.
Um deles é o Oportunidade Solidária, que são incubadoras de
cooperativas e pequenos negócios. Outro é Ação Coletiva de
Trabalho, destinado a desempregados de longa duração e de baixa
escolaridade, que vai substituir as
Frentes de Trabalho. O terceiro
chama-se Capacitação Ocupacional, cujo público-alvo são desempregados de 21 a 39 anos.
Os R$ 12,9 milhões que estavam
destinados no Orçamento às
Frentes de Trabalho foram remanejados para outras iniciativas e
restaram apenas R$ 6.000. Pochmann afirmou que pretende atingir 10 mil pessoas com o novo nome das frentes de trabalho, a um
custo de R$ 6 milhões.
Alguns programas ainda não
saíram do papel. O Banco do Povo é um exemplo. Pochmann disse que começará a implementá-lo
no fim deste mês, mas não soube
estimar quantas pessoas devem
ser beneficiadas até o fim do ano.
Há uma reserva orçamentária de
R$ 4 milhões para esse projeto.
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