São Paulo, quinta-feira, 23 de agosto de 2001

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

ADMINISTRAÇÃO

Famílias que vivem em miséria contam que iniciativas da prefeitura têm ajudado a enfrentar o dia-a-dia

Beneficiados elogiam programas sociais

DA REPORTAGEM LOCAL

A empregada doméstica Adenilce Ribeiro Oliveira, 29, e o marido, Edivaldo Marcos Gomes, 29, servente de pedreiro, estão desempregados há mais de um ano. Com os filhos Muller Marcos, 7, e Maycom, um ano e quatro meses, o casal sobrevive graças à ajuda de Geilsa Ribeiro, mãe de Adenilce.
Eles moram nos fundos da casa de Geilsa, na rua Major Kucinski, no Capão Redondo (zona sul de São Paulo). Quando a reportagem foi ao local, um homem acabara de ser morto próximo dali.
Ao abrirem as inscrições para o Renda Mínima, Adenilce viu a oportunidade de ganhar dinheiro sem ter de colocar o filho mais velho para vender balas ou pedir esmolas nos semáforos.
No mês passado, Adenilce retirou o primeiro pagamento: R$ 179. "Na máquina só sai R$ 170. Os R$ 9 vão ficar para o mês que vem." Muller, o filho mais velho do casal, está na primeira série do ensino fundamental numa escola estadual próxima dali.
As dificuldades financeiras da família Ribeiro Oliveira atingem também a irmã de Adenilce, Patrícia, 23, mãe de Leandro da Silva Oliveira, 7, e Leonardo da Silva Oliveira, 2. Ela também está desempregada e conseguiu o benefício da prefeitura. As duas só têm elogios ao Renda Mínima.
No mesmo bairro vive a família Silva. Maria do Carmo Silva, 49, é dona-de-casa. O marido é cobrador de ônibus há 14 anos, e a família sobrevive com seu salário, de cerca de R$ 500, fora os extras.
Em julho, o filho mais novo, Djavan Silva de Souza, 16, fez um curso de computação ministrado por técnicos da prefeitura. Nunca havia trabalhado e, participando do Bolsa Trabalho, passou a receber R$ 137. Com o dinheiro, comprou um par de tênis e uma calça.
Sem emprego há dois anos e nenhum "bico" nos últimos cinco meses, Ivan Francisco da Silva, 52, aguarda ser chamado para o Começar de Novo. A mulher dele, Darcy Tereza da Silva, 48, se inscreveu no mesmo período e já foi contemplada. Ela fez um curso de informática e recebeu R$ 176 no primeiro pagamento.
Silva trabalhou durante dez anos como taxista e outros quatro como perueiro, mas acabou desistindo, "porque não dava certo". Ele já está impaciente para fazer cursos e, principalmente, começar a receber o benefício pelos próximos seis meses. (CG)



Texto Anterior: Em Belo Horizonte, bolsa existe desde 97
Próximo Texto: Outro lado: Políticas rompem "ciclo da pobreza", afirma secretário
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.