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Promotoria vê descontrole da Cetesb
GILMAR PENTEADO
DA REPORTAGEM LOCAL
Promotores de Justiça de Mauá
(Grande São Paulo) apontaram
ontem descontrole da Cetesb na
fiscalização de áreas no Estado.
O Ministério Público local está
avaliando o risco à saúde dos moradores do Residencial Barão de
Mauá e a possibilidade de desocupação por causa da contaminação
por 44 substâncias tóxicas.
Os promotores Marcelo Luiz
Barone (Meio Ambiente) e Eder
Segura (Direitos Constitucionais
do Cidadão) afirmaram que ficaram "surpresos" quando souberam que a Cetesb não faz vistoria
nas áreas que recebem o "certificado de aprovação de projeto habitacional para fins residenciais",
concedido pela Graprohab (Grupo de Análise e Aprovação de
Projetos Habitacionais).
O grupo é integrado pela Procuradoria Geral do Estado, secretarias estaduais de Habitação, Meio
Ambiente e Saúde, Corpo de
Bombeiros e Cetesb. O certificado
do Residencial Barão de Mauá foi
concedido pelo Graprohab em junho de 1995.
De acordo com Segura, peritos
da própria Cetesb informaram
que a companhia aceita laudos
das empresas e certificados concedidos pelas prefeituras. "Se não
fiscaliza, para que a Cetesb faz
parte do grupo, então?"
Marcelo Barone disse que não
existe uma obrigação legal de a
Cetesb fazer as vistorias, mas que
o não-cumprimento dessa medida revela que existe um descontrole sobre as áreas.
Os promotores também disseram que a Cetesb não informou a
contaminação ao Ministério Público. "Nós ficamos sabendo do
caso pelo rádio", disse Barone. A
Cetesb não se manifestou sobre a
crítica da Promotoria.
Os promotores devem se reunir
hoje com moradores, quando podem anunciar medidas a serem
tomadas no local. A Folha revelou
ontem que vistoria feita pelos
promotores e peritos mostrara
que o risco de contaminação e de
explosão permanecem.
O governo do Estado, a Prefeitura de Mauá e a Cetesb começaram ontem o monitoramento da
atmosfera do residencial. A intenção é descobrir se existe risco de
explosividade e a presença do
cancerígeno benzeno no ar. As
medições anteriores foram feitas
no subsolo.
Mas, por causa da umidade do
ar, o levantamento só foi feito em
quatro pontos. Dados nesses locais descartam o risco de explosividade e da existência de benzeno
no ar, segundo o secretário de
Saúde de Mauá, Márcio Chaves.
O levantamento completo será
feito no térreo de 50 prédios
quando o tempo melhorar. A secretária de Planejamento e Meio
Ambiente, Josiene da Silva, admite que esses dados mostram que
não existe contaminação "naquele momento", mas não altera o
risco com os gases no subsolo.
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