|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CINEMA
Entidade responsável pelo evento é suspeita de utilizar notas frias
PF faz operação de busca no Festival de Gramado
LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE
O Festival de Cinema de Gramado passou na tarde da última
quinta por operação da Polícia
Federal que apreendeu um computador e prestações de contas do
evento, na Câmara da Indústria,
Comércio, Serviços, Agricultura e
Turismo do município, entidade
que é responsável pelo evento.
A operação ocorreu a pedido da
procuradora da República Sônia
Cristina Niche, que investiga supostas irregularidades em prestações de contas do evento entre
2001 e 2003, conforme publicou a
Folha no início de julho.
O festival, que tem abrangência
latino-americana, é suspeito de
ter utilizado notas frias para justificar despesas, que podem se
aproximar de R$ 2 milhões. São
65 irregularidades listadas no
procedimento administrativo
295/2003, com as especificações
dos cheques que foram repassados, documentação à qual a Folha
teve acesso. Há notas com data
posterior ao evento, ausência da
especificação de hóspedes em hotel; nota sem especificação do
evento nem data; descompasso
entre a data de um cheque e nota
correspondente etc.
Foi citado também o caso de um
hotel que registrou em sua fatura
o pagamento feito com cheque de
um banco, quando, na verdade,
era de outro, e a utilização de notas destinadas a comprovar pagamentos de hospedagem, mas feitos para uma empresa de estruturas metálicas.
Os cheques 850062 (R$ 2.068) e
850067 (R$ 9.000), por exemplo,
foram emitidos em 29 e 30 de
agosto de 2002. Notas que justificam os cheques, porém, estão
sem data, enquanto outras têm
data posterior ao evento.
De acordo com a investigação
do Ministério Público, apenas em
2001, seis notas fiscais duplas foram usadas para explicar verbas
diferentes. A mesma nota aparece
em duas prestações de contas,
uma do Ministério do Esporte e
do Turismo e outra da Lei Estadual de Incentivo à Cultura. Ou
seja, serviu para justificar gastos
bancados por órgãos públicos.
A entidade responsável pelo festival já abriu auditoria para analisar as contas do evento e repassou
dados para o Ministério Público.
O atual presidente, Claudino Camatti, diz querer ter tudo esclarecido sobre o assunto. O presidente da câmara na época dos fatos
agora investigados, Gilberto Michaelsen, diz desconhecê-los e
não comenta o assunto.
Texto Anterior: Segurança: Traficante do Rio é preso na zona leste Próximo Texto: Panorâmica - Pernambuco: Tubarão ataca turista na praia de Boa Viagem Índice
|