São Paulo, quarta-feira, 23 de agosto de 2006

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Justiça aceita outra denúncia, por morte, feita contra chefe do PCC

VICTOR RAMOS
DA REDAÇÃO

A Justiça de São Paulo acatou ontem mais uma denúncia contra o chefe da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital), Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola -desta vez responsabilizando-o pela morte do carcereiro Elias Pereira Dantas, em maio, durante a primeira onda de ataques realizada pelo grupo neste ano.
A denúncia feita pelo Ministério Público atinge outros três supostos membros da facção: Júlio César Guedes de Moraes, o Julinho Carambola, Leandro Lopes Badollato, o Toquinho, e Michael do Rosário, o Zara -único entre os denunciados que está foragido, e não preso.
É a segunda acusação de assassinato que pesa contra Marcola e Julinho referente aos atentados. A primeira delas, já objeto de ação penal, diz respeito à morte do bombeiro João Alberto da Costa, também ocorrida nos ataques de maio.
O carcereiro Elias Pereira Dantas, 44, trabalhou na cadeia pública de Santo André (Grande São Paulo) durante dez anos, até ser morto a tiros próximo à casa onde morava, na Vila Califórnia, zona leste de São Paulo.
O crime ocorreu quando ele deixava uma festa, na noite de 14 de maio, por volta das 21h. De acordo com o laudo, Dantas foi atingido por 12 tiros.
Segundo a denúncia, os disparos contra o carcereiro foram feitos por Toquinho e Zara. Marcola e Julinho -que desde maio encontram-se presos no RDD (Regime Disciplinar Diferenciado) de Presidente Bernardes (589 km de São Paulo)- seriam os mandantes do crime. Ao ser preso depois dos ataques, segundo o promotor Raul de Godoy, que assina a denúncia, Toquinho estava com armas da facção criminosa.
Em seu despacho, o juiz Richard Francisco Chequini decretou a prisão preventiva de todos os acusados, apesar de três deles já encontrarem-se presos. O objetivo da decisão é evitar que os criminosos obtenham vantagens, como a progressão de pena para regime semi-aberto, em outras ações.

25 denunciados
A Promotoria espera, ainda, que a Justiça acate uma denúncia contra 25 supostos integrantes do PCC -entre os quais estão, mais uma vez, Marcola e Julinho- em que eles são acusados de outros crimes, como tráfico de drogas.
Nessa denúncia, a Promotoria dá informações sobre como foram articuladas as ordens para os atentados de maio, que atingiram prédios públicos, policiais e ônibus, entre outros.
A primeira onda de ataques da facção criminosa ocorreu de 12 a 19 de maio. De acordo com estimativas extra-oficiais, 47 pessoas foram mortas em atentados realizados pelo grupo.
Depois dela, ocorreram mais duas séries de atentados -em julho e agosto. O PCC ainda foi responsável pelo seqüestro de dois funcionários da Globo, incluindo o repórter Guilherme Portanova, liberado apenas depois de a emissora exibir um vídeo atribuído ao grupo.


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