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Justiça aceita outra denúncia, por morte, feita contra chefe do PCC
VICTOR RAMOS
DA REDAÇÃO
A Justiça de São Paulo acatou
ontem mais uma denúncia contra o chefe da facção criminosa
PCC (Primeiro Comando da
Capital), Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola -desta vez responsabilizando-o pela
morte do carcereiro Elias Pereira Dantas, em maio, durante
a primeira onda de ataques realizada pelo grupo neste ano.
A denúncia feita pelo Ministério Público atinge outros três
supostos membros da facção:
Júlio César Guedes de Moraes,
o Julinho Carambola, Leandro
Lopes Badollato, o Toquinho, e
Michael do Rosário, o Zara
-único entre os denunciados
que está foragido, e não preso.
É a segunda acusação de assassinato que pesa contra Marcola e Julinho referente aos
atentados. A primeira delas, já
objeto de ação penal, diz respeito à morte do bombeiro
João Alberto da Costa, também
ocorrida nos ataques de maio.
O carcereiro Elias Pereira
Dantas, 44, trabalhou na cadeia
pública de Santo André (Grande São Paulo) durante dez anos,
até ser morto a tiros próximo à
casa onde morava, na Vila Califórnia, zona leste de São Paulo.
O crime ocorreu quando ele
deixava uma festa, na noite de
14 de maio, por volta das 21h.
De acordo com o laudo, Dantas
foi atingido por 12 tiros.
Segundo a denúncia, os disparos contra o carcereiro foram feitos por Toquinho e Zara.
Marcola e Julinho -que desde
maio encontram-se presos no
RDD (Regime Disciplinar Diferenciado) de Presidente Bernardes (589 km de São Paulo)-
seriam os mandantes do crime.
Ao ser preso depois dos ataques, segundo o promotor Raul
de Godoy, que assina a denúncia, Toquinho estava com armas da facção criminosa.
Em seu despacho, o juiz Richard Francisco Chequini decretou a prisão preventiva de
todos os acusados, apesar de
três deles já encontrarem-se
presos. O objetivo da decisão é
evitar que os criminosos obtenham vantagens, como a progressão de pena para regime semi-aberto, em outras ações.
25 denunciados
A Promotoria espera, ainda,
que a Justiça acate uma denúncia contra 25 supostos integrantes do PCC -entre os
quais estão, mais uma vez, Marcola e Julinho- em que eles são
acusados de outros crimes, como tráfico de drogas.
Nessa denúncia, a Promotoria dá informações sobre como
foram articuladas as ordens para os atentados de maio, que
atingiram prédios públicos, policiais e ônibus, entre outros.
A primeira onda de ataques
da facção criminosa ocorreu de
12 a 19 de maio. De acordo com
estimativas extra-oficiais, 47
pessoas foram mortas em atentados realizados pelo grupo.
Depois dela, ocorreram mais
duas séries de atentados -em
julho e agosto. O PCC ainda foi
responsável pelo seqüestro de
dois funcionários da Globo, incluindo o repórter Guilherme
Portanova, liberado apenas depois de a emissora exibir um vídeo atribuído ao grupo.
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