|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Negros da
UFBa fazem
cursos "sem
prestígio'
CHRISTIANNE GONZÁLEZ
da Agência Folha, em Salvador
Uma pesquisa realizada por Delcele Mascarenhas, 48, revela que
os negros e pardos que se matricularam no em 97 na UFBa (Universidade Federal da Bahia) se concentram em cursos de "pouco
prestígio".
Segundo a pesquisa, feita no período da matrícula, 63% dos alunos de letras são negros e pardos.
Na biblioteconomia, eles são 62%.
Nas artes plásticas, 58%, e nas
ciências contábeis, 57%.
"Mais de um século após a abolição da escravatura, a sociedade
ainda não fez praticamente nada
para melhorar as condições sociais
dos negros e dos pardos", disse
Delcele, que atualmente faz doutorado na UFBa.
Segundo Delcele, foram pesquisados cerca de 3.100 dos 3.600 alunos que ingressaram na UFBa no
ano passado. Pela resposta dos
universitários, 41,7% dos alunos
que ingressaram na UFBa em 97
são pretos e pardos -os brancos
somaram 49,8%.
"A diferença (8,1 pontos percentuais) poderia ser pouco significativa se a população negra baiana não fosse quase 80% dos habitantes", disse.
Pela pesquisa, 65% dos estudantes de medicina que começaram a
estudar na UFBa no ano passado
são brancos. No vestibular para
direito, 60% dos aprovados são
brancos. Em odontologia, os
brancos também são 60%.
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|