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Excluídos querem
ação compensatória
da Reportagem Local
Sem proteção legal eficaz contra
a discriminação, os movimentos
de combate ao racismo contra o
negro no Brasil partem hoje para
um tipo diferente de estratégia, a
ação afirmativa.
Trata-se de uma abordagem diferente do mesmo problema. Em
vez de tentar evitar que se faça discriminação e, assim, tentar inserir
as minorias raciais na sociedade, a
ação afirmativa prega políticas
compensatórias para as minorias,
para reduzir as desigualdades.
São cursos específicos para negros, reciclagem profissional exclusiva para minorias raciais e definição de percentuais mínimos de
negros no total de empregados de
repartições públicas.
No Brasil, a maioria das iniciativas de ação afirmativa saem de organizações não governamentais,
como os diversos cursinhos preparatórios para o vestibular que
dão preferência para alunos de ascendência africana.
No Rio de Janeiro, há ainda iniciativas como a do Círculo Olímpio Marques -Centro de Empresários Afro-Brasileiros, que dá
cursos de capacitação e formação
profissional, preferencialmente
para negros.
Mas há também iniciativas oficiais, que partem de governos. No
Distrito Federal, o governador "
Buarque (PT) tornou obrigatória,
desde 96, a representação das diversas etnias em toda a propaganda institucional do governo.
Desde então, as propagandas devem retratar a proporcionalidade
de 54,36% de brancos, 40,11% de
pardos, 4,93% de negros e 0,11%
de índios -de acordo com o censo do IBGE.
Em Vitória (ES), por exemplo, a
prefeitura da cidade previu, em
um processo licitatório para propaganda institucional da administração, a cota de 40% de negros,
como determina uma lei do município. Cotas desse tipo existem
também nos Estados de Minas Gerais e Bahia.
Candidaturas
O advogado do Ceert (Centro de
Estudos das Relações do Trabalho
e Desigualdades), Hédio Silva Jr.,
disse que as ações afirmativas não
se referem apenas a questões raciais. Ele cita o exemplo da lei eleitoral, que prevê cotas de 30% das
candidaturas reservadas para as
mulheres.
"O mesmo acontece com a
Constituição Federal, que criou
cotas para portadores de deficiência física e previu também incentivo às empresas que empregarem
mulheres", disse Silva Jr.
(AL e RV)
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